Por que o mercado aposta numa taxa de inflação negativa nesta terça

IBGE divulga na manhã desta segunda (11/7) o IPCA de junho. Projeções apontam para deflação de cerca de 0,1%

atualizado 11/07/2023 12:01

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Fotografia colorida de cestas de frutas no supermercado Felipe Menezes/Metrópoles

Cinco em cinco analistas econômicos ouvidos pelo Metrópoles têm a mesma expectativa em relação ao IPCA, o índice oficial da inflação no Brasil, que será divulgado nesta terça-feira (11/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o mês de junho, eles esperam que a taxa seja negativa.

Dois motivos sustentam essa unanimidade. São eles a queda constante do preço de alimentos e o efeito contracionista sobre o mercado proporcionado pela taxa básica de juros, a Selic, fixada pelo Banco Central (BC), atualmente de 13,75% ao ano.

A previsão do economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), por exemplo, é que o índice de junho fique negativo em 0,11%. Entre os grupos que compõem o IPVA, as maiores quedas devem ocorrer na área de alimentos, com redução de 0,46, e transportes, com queda 1,01% (veja, abaixo, quadro com projeções por segmento).

Projeções similares foram feitas por professores da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo (FGV EESP). Emerson Marçal e Marcelo Kfouri Muinhos acreditam numa deflação de 0,1%. A corretora Warren Rena estima que ela será de 0,09% e para o Santander, de 0,14%.

Entre as causas que puxam esses números negativos, André Braz observa que o preço dos alimentos é um componente do IPCA em queda consistente nos últimos meses. “Temos, neste ano, uma boa safra e, ao mesmo tempo, uma queda da procura internacional por esses produtos”, diz. “Esse aumento da oferta, combinado com a redução da demanda, ajuda a derrubar os preços.”

No caso dos transportes, cuja queda estimada por Braz é a maior entre os grupos que compõem o IPCA, contam a redução dos preços dos combustíveis nas refinarias e o programa de desconto para a compra de carros, iniciado no início de junho pelo governo federal. “Mas essas são alterações pontuais”, afirma Braz. “Em julho, o valor dos veículos vai aumentar e eliminar boa parte desse efeito positivo sobre a inflação.”

O economista observa que o efeito da taxa básica de juros, a Selic, na economia é outro elemento que explica a queda da inflação e o possível índice negativo, em junho. “Quando os juros sobem, fica mais difícil, por exemplo, o financiamento de bens duráveis como máquinas de lavar, geladeiras e fogões”, diz. “Com isso, os preços desses produtos param de subir.”

O juros definidos pelo BC, acrescenta Braz, também têm freado os aumentos no setor de serviços, onde inflação é bastante resiliente. “Em abril, o aumento da taxa esperado para esse segmento era de 7,5%, em 12 meses”, afirma. “Em maio, apenas um mês depois, ele já havia caído para 6,5%.”

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