PF apura denúncia de investidor contra XP por suposto crime financeiro

Cliente que aportou R$ 10 milhões na XP Investimentos e perdeu metade do valor se diz ludibriado e levou caso à PF

atualizado 08/02/2024 7:17

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A Polícia Federal (PF) apura denúncia feita por um cliente da XP Investimentos que relatou ter aportado R$ 10 milhões em papéis indicados pela corretora e perdeu metade do valor. A suspeita é de crime contra o sistema financeiro nacional, cuja pena chega a 2 anos e 6 meses de reclusão, mais multa. Esse é um dos grandes casos de prejuízos com a corretora e escritórios a ela ligados revelados pelo Metrópoles.

A investigação mira a suposta prática de “churning”. Do inglês, significa “sacudir”. O termo é usado para definir agentes do mercado financeiro que induzem investidores a erro para obter vantagem sobre eles. É como se estivessem “sacudindo” clientes para lhes arrancar maiores taxas de corretagem.

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Corretor da XP tenta tranquilizar investidor que acabou perdendo R$ 5 milhões

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Guiherme Benchimol, da XP investimentos

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Corretor de escritório ligado à XP Investimentos faz pouco caso com preocupação com salto no nível de risco que implicaria na mudança de perfil de conservador para arrojado

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XP Investimentos

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Em e-mail a Guilherme Benchimol, empresário afirmou que perdeu R$ 18 milhões com a XP Investimentos

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Empresário afirmou também em e-mail a Benchimol que foi "tratado como um criminoso"

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A denúncia foi registrada no Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, em novembro de 2023. No mesmo mês, o órgão enviou o caso para análise da Polícia Federal. Ele está registrado como notícia de fato, procedimento preliminar de investigação, aberto de maneira protocolar quando a denúncia é recebida.

Assessor prometeu proteção contra queda de até 8%

Marcio Santos relata que em 2016 foi orientado por seu gerente bancário a virar cliente da XP. Ele passou a ser atendido por um assessor de um escritório ligado à XP. Entre aquele ano e 2020, o investidor aportou R$10.176.346,97. A ele foram oferecidas operações estruturadas, conhecidas como COEs, com lastro em papéis de grandes empresas nacionais.

Em mensagens a Santos, o assessor prometeu iniciar com aportes em papéis da Vale e disse que, mesmo que caísse 8%, o investimento sairia no “zero a zero”. Nesses termos, Santos topou. A todo o tempo, mesmo diante de queda desses papéis, o que preocupou Santos, o assessor respondia que estaria tudo bem e repetia que seu patrimônio estava protegido.

“Um ponto importante é que estamos bem protegidos para quedas. Teremos uma postura mais participativa na alta e protegida em caso de quedas fazendo mais Operações Estruturadas com Proteção”, disse, em uma mensagem.

“Estamos mais conservadores”

Em uma troca de mensagens, Santos indagou: “Estou ficando desesperado com essa queda toda! Eu já perdi R$ 2 milhões”. O assessor respondeu: Caaaaalma, Doutor!!! Pensemos %. Seguimos na volatilidade, mas está positivo”.

Em outra mensagem, ele alerta que sua carteira já havia sido reduzida em 25%. O corretor diz: “Tenha um pouco de paciência que logo retomamos, bem antes de a bolsa voltar pra onde estava inclusive”. E ainda completa: “Estamos mais conservadores. Não estamos agressivos não”.

Segundo Santos, o que fez a taxa de corretagem chegar aos R$ 2,1 milhões foi o fato de que o assessor efetuou operações alavancadas. O termo é usado para definir uma espécie de empréstimo dado pela corretora para que o cliente possa investir valores mais altos do que possui e, consequentemente, potencializar seu retorno financeiro.

Somente após perceber que a perda havia atingido um patamar milionário, o assessor sugeriu pôr o dinheiro em uma renda fixa para tentar recuperá-lo aos poucos. Era tarde demais.

O que diz a XP

Procurada pelo Metrópoles, a XP Investimentos afirmou, por meio de nota, que “segue rigorosamente a regulação e preza pela absoluta transparência nas condições e prazos dos seus produtos de investimentos”.

“Por isso, está alinhada aos mais altos padrões de compliance e de aplicação de suitability. A empresa não comenta casos específicos que tramitam na Justiça”, diz a XP.

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