A Petrobras aprovou o primeiro plano de negócios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto foi divulgado no início da noite da quinta-feira (23/11). A empresa investirá US$ 102 bilhões (quase R$ 500 bilhões) entre 2024 a 2028. A cifra representa aumento de 31% em relação ao plano anterior, que fixou aportes de US$ 78 milhões, para o período de 2023 a 2027.
O novo projeto foca em aportes no pré-sal, na margem equatorial – a Foz do Amazonas –, no aumento da capacidade de refino com a ampliação das unidades existentes e em energias renováveis. O plano destina US$ 91 bilhões para projetos em implantação e US$ 11 bilhões para iniciativas sob avaliação, que dependem de análise de financiamento.
Transição energética
A Petrobras destinará até US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, ou 11% do investimento total da companhia. No projeto anterior, válido para 2023 a 2027, foram direcionados US$ 4,4 bilhões para esse segmento – o que representa menos da metade do montante atual.
Petróleo e gás
Apesar da elevação dos aportes em alternativas de baixo carbono, a exploração e produção (área conhecida pela sigla E&P) de petróleo e gás continua sendo o carro-chefe da companhia. Ela receberá até 72% dos aportes previstos. O protagonismo, nesse caso, é do pré-sal.
Dos investimentos em E&P, até US$ 3,1 bilhões serão direcionados à exploração da Margem Equatorial, US$ 3,1 bilhões para as Bacias do Sudeste e US$ 1,3 bilhão para outros países. O montante inclui projetos de perfuração de cerca de 50 poços em áreas onde a companhia possui direito de exploração em blocos adquiridos.
Curva de produção
A curva de produção de petróleo e gás projetada para 2028 é de 3,2 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). o que representa uma elevação de 14% frente aos 2,8 milhões de barris diários de óleo equivalente estimados para 2024. A estimativa considera a entrada em atividade de 14 novas plataformas (FPSOs) no período 2024-2028, dez das quais já contratadas.
Descontando o gás, a produção apenas de petróleo deve aumentar 13,6% em 2028, alcançando 2,5 milhões de barris ao dia (bpd), contra 2,2 milhões de barris diários em 2024.
Refino
O novo plano da Petrobras define ainda um aumento da capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil barris de petróleo por dia (bpd). No projeto de investimento, a área de refino conta com recursos da ordem de US$ 17 bilhões. Ele prevê a construção da segunda unidade da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e os projetos de ampliação para produzir mais diesel na Revap (SP), Regap (MG), Replan (SP) e Gaslub (antigo Comperj, RJ).
Premissas para a execução
Para que o plano seja viável, a Petrobras estabelece premissas como o petróleo Brent, a referência internacional, cotado a US$ 80 o barril em 2024. Esse valor seria reduzido para para US$ 78, em 2025; US$ 75, em 2026; US$ 73, em 2027; e US$ 70. em 2028.
A cotação do dólar foi prevista em R$ 5,05, em 2024, ficando praticamente estável nos anos seguintes, com queda para R$ 4,98, em 2027, e R$ 4,90, em 2028. O caixa de referência da empresa é de US$ 8 bilhões, com uma dívida bruta inferior a US$ 65 bilhões.
