Oferta de trabalho e salários em alta pressionam a inflação dos EUA

O cenário atual do mercado de trabalho dos EUA, com 1,7 vaga aberta por pessoa desempregada e salários em alta, pressiona a inflação do país

atualizado 01/05/2023 12:06

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Trabalhadores-rodovia-EUA-Estados-Unidos Yellow Dog Productions / Getty Images

O cenário atual do mercado de trabalho nos Estados Unidos, com 1,7 vaga para cada pessoa desempregada, vem causando pressões sobre os custos das empresas e se reflete no aumento de preços, o que serve de combustível para a alta da inflação no país.

“Embora os indicadores mostrem um arrefecimento da inflação, há algumas pressões inflacionárias que causam preocupação nos EUA”, afirma o economista da XP Investimentos Francisco Nobre, apontando o aumento dos salários como o principal motivo para que a inflação de preços de bens e serviços se mantenha em alta.

Como há mais postos disponíveis do que trabalhadores dispostos a preenchê-los, a economia dos EUA convive com um paradoxo: o constante aumento das pressões inflacionárias.

Isso porque, para atrair novos colaboradores e reter seus melhores profissionais, as empresas americanas estão sendo obrigadas a reajustar para cima os salários. Assim, os aumentos se aproximaram de um patamar quase insustentável, que contribuiu para pressionar a inflação.

O Federal Reserve, autoridade monetária americana, divulgou na última sexta-feira (28/4) o índice de inflação dos EUA. Os analistas econômicos avaliam que a inflação esfriou, mas a alta de preços persiste e o consumo estagnou.

O especialista da XP explica que a taxa de desemprego dos EUA está em 3,5%, o que equivale a 5,8 milhões de profissionais fora do mercado de trabalho. Entretanto, são mais de 9,9 milhões de vagas de emprego abertas no país.

“Hoje, os Estados Unidos apresentam um cenário em que há mais empregos sendo oferecidos do que gente disposta a trabalhar. E essa barganha do trabalhador em busca de recolocação causa inflação salarial no país”, explica Nobre. “Mas isso também ocorre com a pessoa que está empregada, que pode trocar a empresa por outra que pague salário maior”, acrescenta o economista.

Nobre ressalta, ainda, que o mercado de trabalho americano vive também um momento de mudança de gerações.

“Os jovens não estão dispostos a entrar no mercado formal de emprego. Na verdade, os trabalhadores mais novos estão em busca de vagas temporárias e esporádicas”, avalia o especialista da XP.

Mudança dos ventos

Assim como a oferta de trabalho tem ficado aquecida nos Estados Unidos, com mais vagas do que pretendentes, o cenário pode mudar caso haja recessão econômica no país nos próximos meses.

“Essa situação pode mudar de maneira muito rápida até o final de 2023 ou, no máximo, até o início de 2024, caso as previsões sobre a desaceleração da economia americana se cumpram”, alerta o economista da XP Investimentos.

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