O que foi discutido e quem esteve na reunião de economistas com Haddad

Encontro a portas fechadas teve clima cordial e contou com presença de ex-ministro de Dilma e ex-secretários do Tesouro de Temer e Bolsonaro

atualizado 13/01/2023 15:25

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Em um encontro a portas fechadas no escritório do Ministério da Fazenda, no 15º andar do Edifício Banco do Brasil, na Avenida Paulista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu na manhã desta sexta-feira (13/1) um grupo de economistas e banqueiros, com quem tratou da agenda econômica do país para os próximos meses – o chamado “plano de voo” do novo governo para a área.

O encontro, marcado inicialmente para as 10 horas de manhã, começou com cerca de meia hora de atraso, por volta das 10h30. Entre os presentes, além de Haddad e seu braço direito no ministério, o economista Gabriel Galípolo, número 2 da pasta, estavam um ex-ministro da Fazenda (Joaquim Levy) e três ex-secretários do Tesouro Nacional (Mansueto Almeida, Bruno Funchal e o próprio Levy).

Levy comandou a economia do país em 2015, no início do segundo mandato de Dilma Rousseff, mas não conseguiu implementar um rigoroso ajuste fiscal, torpedeado pela militância do PT e por setores do próprio governo. Ele também foi secretário do Tesouro (2003-2006), secretário da Fazenda do estado do Rio de Janeiro (2007-2010), diretor do Bradesco (2010-2014) e do Banco Mundial (2018), além de presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em 2019. Hoje, Levy é diretor de estratégia, economia e relações com mercados do Banco Safra.

Mansueto comandou a Secretaria do Tesouro Nacional durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, entre 2018 e 2020. No governo Temer, foi secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, entre 2016 e 2018, na equipe comandada por Henrique Meirelles. Atualmente, é economista-chefe do BTG.

Atual CEO da Bradesco Asset, Bruno Funchal foi secretário do Tesouro no governo Bolsonaro, entre julho de 2020 e maio de 2021. Ele substituiu justamente Mansueto Almeida no cargo. Em maio de 2021, passou a comandar a Secretaria da Fazenda, depois renomeada para Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento. Funchal também foi diretor de Programas no Ministério da Economia e presidente do Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal.

Também participaram da reunião em São Paulo nomes como Maurício Oreng, superintendente de pesquisa macroeconômica do Banco Santander; Marcos Azer Maluf, CEO da Necton; e Daniel Cunha do Nascimento, economista da Necton.

Segundo apurou a reportagem do Metrópoles, a reunião entre Haddad e os economistas durou pouco mais de duas horas e transcorreu em clima cordial. Entre os assuntos discutidos, estavam a intenção do ministro da Fazenda de apresentar ao Congresso Nacional, já nos próximos meses, uma proposta de reforma tributária, considerada “prioridade total” do novo governo.

Questão tributária

Na conversa com Haddad, os economistas afirmaram que a reforma tributária é fundamental para a economia brasileira e não pode mais ser adiada. O projeto mais avançado sobre a mesa do ministro tem como base a Proposta de Emenda à Constituição 45/2019, que está parada na Câmara dos Deputados e é de autoria de Bernard Appy, um dos integrantes da equipe de Haddad, hoje no comando de uma secretaria especial que trata da questão tributária.

O texto da PEC idealizada por Appy foi muito elogiado durante a reunião. O projeto prevê, entre outros pontos, a extinção de diversos tributos federais, estaduais e municipais que incidem sobre bens e serviços, como ICMS, IPI, ISS, PIS e Cofins.

Essas taxas seriam substituídas por um único tributo, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) ou Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O objetivo é simplificar a cobrança, diminuindo a incidência sobre o consumo e levando à uniformidade da tributação em todo o país.

Primeiras medidas

Outro assunto debatido foram as primeiras medidas anunciadas por Haddad para diminuir o rombo das contas públicas. Em geral, elas foram consideradas positivas pelos economistas, que avaliam se tratar de um bom “ponto de partida” para aumentar as receitas e diminuir as despesas.

Segundo o ministro, as medidas têm, em tese, o potencial de aliviar o déficit em R$ 242,7 bilhões – o que representaria, na prática, a reversão do rombo estimado em R$ 231,5 bilhões, de acordo com o Orçamento aprovado pelo Congresso. Haddad ressaltou, no entanto, que, apenas no melhor dos cenários, haverá superávit, com 0,1% do PIB. A previsão real é um déficit de menos de 1% do PIB, o equivalente a um valor entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões.

Os economistas não fizeram comentários sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito do mercado financeiro. Na quinta-feira (12/1), Lula criticou as pressões recebidas pelo governo para que não extrapole nos gastos e seja responsável na política fiscal. “O mercado não tem coração, não tem sensibilidade, não tem humanismo. Não tem nada de solidariedade. É só o ‘venha a nós’, ‘ao vosso reino’, nada”, afirmou o presidente da República.

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