A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de não elevar a meta de inflação para os próximos anos foi um “golaço” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dá maior segurança à política monetária e abre espaço para o início do ciclo de queda da taxa básica de juros no país.
Ao Metrópoles, o economista afirmou que o debate em torno de um possível aumento da meta de inflação no país atrasou a redução da taxa Selic pelo Banco Central (BC).
“Não mudar a meta foi um golaço do governo. O ministro Haddad foi muito feliz no que ele disse, ao falar que a eventual elevação de meta de inflação seria lida como uma maior leniência do governo com a inflação”, disse Caruso.
“Essa é uma discussão que surgiu no início do ano e, no meu entendimento, atrasou o início do corte de juros. Parte da desancoragem das expectativas se deveu a essa possibilidade de aumento da meta. Quem levantou essa discussão de elevação de meta foi o presidente Lula”, ressaltou o economista.
Segundo Caruso, a decisão do CMN de não mexer nas metas de inflação que já haviam sido estipuladas deve levar a “uma melhora significativa nas expectativas de inflação” e “mostra que o Brasil está comprometido com um ambiente de baixa inflação no longo prazo”.
“Junto com a melhora nas expectativas de inflação, isso abre espaço para consolidarmos essa ideia de que o corte de juros é iminente no Brasil”, avalia. “Nossa visão é a de um corte em agosto. A discussão é se vão cortar 0,25 ponto percentual ou 0,5 ponto percentual.”
Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país
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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros
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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas
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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido
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