A Competition and Markets Authority (CMA), agência reguladora de mercado do Reino Unido, anunciou nesta quarta-feira (26/4) que irá barrar a compra da desenvolvedora de jogos eletrônicos Activision Blizzard pela Microsoft, anunciada em janeiro do ano passado.
Depois de analisar os documentos relativos à aquisição, o órgão regulatório demonstrou preocupação com o impacto do negócio sobre o segmento de games via nuvem. Se concretizada, a transação seria a maior da história da indústria dos games, envolvendo US$ 69 bilhões (R$ 349,1 bilhões)
De acordo com a CMA, a Microsoft detém o controle de 60% a 70% do mercado global de streaming de games via nuvem. Com a possível compra da Activision Blizzard, a companhia ficaria em situação de ainda maior vantagem em relação às concorrentes do setor.
A Microsoft é fabricante dos consoles Xbox e também conta com um serviço de assinatura na nuvem com uma série de jogos, entre os quais o Xbox Game Pass. A Activision, por sua vez, é criadora de títulos de enorme sucesso, como Call of Duty, World of Warcraft e Guitar Hero.
De acordo com o órgão regulador britânico, o negócio poderia resultar em preços mais altos para os usuários, além de menor oferta de games e menos investimento em inovação no setor.
Após o anúncio da decisão, a Microsoft informou que “permanece comprometida com a aquisição” da Activision e recorrerá à Justiça.
A Activision, por meio de nota, afirmou que a decisão da CMA “contraria as ambições do Reino Unido de se tornar um país atraente para negócios de tecnologia” e é “um desserviço aos cidadãos britânicos”.
O presidente-executivo da companhia, Bobby Kotick, afirmou que a decisão do órgão regulador “está longe de ser a palavra final nesse caso”.
