O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,21% em outubro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA-15 veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções, estimava índice de 0,2% em outubro.
No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA-15 ficou em 5,05%, acelerando em relação aos 5% registrados até setembro. A projeção do consenso Refinitiv era a de que o índice ficasse em 5,04%.
No acumulado do ano, até outubro, o IPCA-15 ficou em 3,96%.
Passagem aérea puxa alta de preços
De acordo com o levantamento do IBGE, sete dos nove grupos pesquisados registraram alta em outubro. A maior variação (0,78%) e o maior impacto (0,16 ponto percentual) vieram de transportes, com a disparada dos preços das passagens aéreas, que avançaram 23,75% (com impacto de 0,16 ponto percentual).
Transporte por aplicativo (5,64%) e emplacamento e licença (1,64%) também registraram alta.
Em relação aos combustíveis, houve queda da gasolina (-0,56%), do etanol (-0,27%) e do gás veicular (-0,27%), enquanto o óleo diesel (1,55%) subiu.
Os grupos de saúde e cuidados pessoais (0,28%) e habitação (0,26%) também registraram alta.
Do lado das quedas, houve redução pelo quinto mês seguido do grupo de alimentação e bebidas (-0,31%). Os demais grupos ficaram entre a queda de comunicação (-0,29%) e a alta de despesas pessoais (0,31%).
Veja a variação de preços por grupo pesquisado
Transportes: 0,78% Vestuário: 0,33% Despesas pessoais: 0,31% Saúde e cuidados pessoais: 0,28% Habitação: 0,26% Educação: 0,07% Artigos de residência: 0,05% Comunicação: -0,29% Alimentação e bebidas: -0,31%
Análise
Segundo Marco Antonio Caruso, economista-chefe do PicPay, o resultado do IPCA-15 em outubro “veio melhor que o esperado, tendo como principal destaque as surpresas baixistas nos serviços subjacentes e na média dos núcleos”. “Essas medidas, que são acompanhadas com lupa pelo Banco Central, reforçam o nosso quadro de desinflação consistente e saudável”, diz.
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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país
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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros
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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas
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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido
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