Informação privilegiada na Americanas teria rendido lucro de R$ 10 mi

Horas antes de Americanas anunciar rombo no balanço, investidores compraram derivativos para se proteger da queda das ações; CVM investigará

atualizado 13/01/2023 10:26

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imagem colorida de brasão da CVM em parede - Metrópoles Reprodução

O grupo de investidores que comprou derivativos da Americanas para se proteger de uma eventual desvalorização das ações da empresa pode ter lucrado mais de R$ 10 milhões em menos de 24 horas.

A operação foi considerada atípica por analistas e deve gerar uma investigação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela suposta prática de insider trading (informação privilegiada).

Horas antes de a empresa comunicar ao mercado a existência de “inconsistências contábeis” em seus demonstrativos financeiros, um grupo de investidores comprou opções de venda a descoberto de ações da Americanas. Na prática, esses derivativos, negociados no mercado, são um instrumento usado por investidores para se proteger ou até para lucrar com a queda das ações de determinada empresa.

E foi exatamente o que pode ter acontecido. Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, investidores compraram R$ 600 mil em derivativos da Americanas na quarta-feira (10/1), horas antes do anúncio ocorrer. O volume é dez vezes maior do que a média de negociação desse mesmo papel de opção de venda em dias anteriores.

Os derivativos foram comprados a um preço médio de R$ 0,48 cada. Depois que a bomba estourou, esses ativos dispararam e encerraram a quinta-feira (11/1) cotados a R$ 8,80. Ou seja: uma valorização de 1.700%, ou de 18 vezes, em menos de 24 horas.

Isso significa que os R$ 600 mil comprados em opções se transformaram em nada menos que R$ 11 milhões. Caso consigam vender esses derivativos, os investidores poderão embolsar a quantia milionária.

Caberá à CVM, agora, apurar se a negociação dos derivativos foi feita por pessoas que souberam do rombo no balanço antes de a Americanas comunicar formalmente o mercado. Em casos como esse, a autarquia pode pedir às corretoras e bancos que forneçam os dados do cliente que fez a operação e rastrear a possível relação com executivos e funcionários da Americanas.

No caso dos derivativos da Americanas, as movimentações mais volumosas teriam sido feitas por um investidor que tem conta na corretora XP.

“A CVM certamente vai buscar saber quem fez e qual foi a motivação para uma compra tão atípica. Mas o que podemos dizer até aqui é que, do dia para a noite, essa pessoa fez um bom dinheiro”, confidenciou um analista de mercado, na condição de anonimato.

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