O Grupo Petrópolis, dono de marcas como Itaipava, Crystal e Petra, anunciou o fim da parceria com o Cine Belas Artes, um dos mais tradicionais de São Paulo.
O cinema, renomeado Petra Belas Artes desde o início do patrocínio do grupo, ficará sem um parceiro a partir de janeiro de 2024. A parceria com o Grupo Petrópolis durou cinco anos.
Em nota, a companhia informou que “a interrupção do patrocínio ocorre em um momento em que o Grupo Petrópolis tem reduzido gastos e feito uma criteriosa revisão de investimentos, dentro de um contexto de recuperação judicial por que passa a companhia”.
Belas Artes em busca de novo patrocínio
Em mensagem publicada em sua conta oficial no “X” (antigo Twitter), neste sábado (9/9), o Cine Belas Artes confirma o fim do patrocínio da Petra.
“O Cine Belas Artes teve a honra e a alegria de dividir os últimos cinco anos com a Petra, uma parceria que ajudou a manter o cinema ativo e levar ao nosso espaço diversão e cultura para a população, com filmes de qualidade, mostras especiais e eventos diversos”, diz o tuíte. “Nós seguimos em frente, em busca de um novo patrocinador”, conclui a empresa.
Segunda recuperação judicial
Nesta semana, como noticiado pelo Metrópoles, o Grupo Petrópolis apresentou à Justiça um segundo plano de recuperação judicial. O documento foi entregue à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e prevê o pagamento de dívidas de R$ 5,5 bilhões.
Uma versão inicial do plano já havia sido apresentada dentro do prazo legal de 60 dias após a Justiça autorizar a primeira recuperação. Mas os representantes do grupo pediram mais tempo para concluir a proposta, finalizada na quarta-feira (6/9).
Com a nova proposta, os credores do Grupo Petrópolis devem se reunir na segunda-feira (11/9) para analisar os termos do plano e votá-lo em assembleia.
O Grupo Petrópolis tem uma participação de 13% no mercado de cervejas do país e responde por mais de 24 mil empregos diretos e 100 mil indiretos.
As vendas da companhia caíram forte nos últimos anos, o que impactou a receita. Em 2020, foram vendidos 31,2 milhões de hectolitros de bebidas.Em 2022, foram 24,1 milhões de hectolitros.
A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários. Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação. Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.
