Maior acionista da companhia aérea TAP, o governo de Portugal determinou o afastamento da CEO da empresa, Christine Ourmières-Widener, e do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, por supostas irregularidades financeiras.
Ambos foram demitidos após um escândalo envolvendo o pagamento de uma indenização indevida de 500 mil euros (cerca de R$ 2,75 milhões) para Alexandra Reis, uma antiga executiva da empresa. O escândalo veio à tona em dezembro do ano passado, em uma reportagem publicada pelo jornal Correio da Manhã.
De acordo com um relatório da Inspeção Geral de Finanças (IGP), o valor pago à executiva foi excessivo e não seguiu requisitos legais. O órgão cobrou a “devolução imediata das verbas”. A TAP também é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Parlamento de Portugal.
O governo informou que Alexandra terá de devolver à TAP 450 mil euros (R$ 2,47 milhões) recebidos indevidamente. O restante do valor foi considerado legal.
A decisão do governo português de afastar Christine e Beja foi anunciada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, em entrevista coletiva. Ele disse que o relatório da IGF será encaminhado para o Tribunal de Contas, para a apuração de eventuais responsabilidades adicionais.
Crise na TAP
Christine Ourmières-Widener assumiu o cargo de CEO da companhia aérea em 2021 e estava à frente de um projeto de reestruturação da TAP, em meio a uma grave crise financeira na empresa.
Aprovado pela Comissão Europeia, o plano previa medidas como redução de frota, corte de mais de 2 mil postos de trabalho e redução salarial, o que levou a uma greve de funcionários.
O próximo CEO será o atual líder da companhia aérea regional SATA Air Açores, Luís Manuel da Silva Rodrigues, de 58 anos. Ele já trabalhou na TAP e atuou, inclusive, nas operações realizadas no Brasil.
A TAP é uma das maiores companhias aéreas da Europa, com mais de 80 destinos em todo o mundo.