A Fitch Ratings, uma das três principais agências de classificação de risco do mundo, informou que subiu a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos em 2024, com o provável aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).
De acordo com relatório divulgado na quarta-feira (18/10), há indicações de que a maior economia do planeta pode entrar em uma “recessão moderada” a partir do primeiro semestre do ano que vem.
“O crescimento das receitas começa a abrandar para os estados e governos locais dos EUA e uma recessão moderada, esperada para o primeiro semestre do próximo ano, enfraquecerá ainda mais as condições macro”, afirmou a chefe de Finanças Públicas dos EUA da Fitch, Arlene Bohner.
Segundo o relatório da Fitch, houve 26 elevações e 27 rebaixamentos de rating entre empresas e entes subnacionais americanos no terceiro trimestre deste ano, ante 61 elevações e 20 rebaixamentos no segundo trimestre.
As agências de risco são empresas privadas que avaliam a saúde financeira de países e de outras empresas. Com base em critérios como juros, dívida e capacidade fiscal, as agências concedem uma nota de crédito (o chamado rating).
Economia americana ainda está aquecida
Apesar da possibilidade de recessão apontada pela Fitch para o ano que vem, a economia dos EUA está aquecida neste momento, com aumento nas vendas do comércio e mercado de trabalho forte.
Especialistas temem, no entanto, que o provável novo aperto monetário do Fed, que deve voltar a subir os juros, esfrie a economia a ponto de causar uma recessão.
A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação e desaquecer a economia.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária do Fed, a taxa de juros foi mantida no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano – a maior em 22 anos. Nas últimas 13 reuniões do Fomc, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em duas.