O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a comentar nesta quinta-feira (3/8) a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que reduziu na véspera a taxa básica de juros. Após ter criticado o Copom em reuniões anteriores, Haddad disse que o corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) veio desta vez com “calibragem correta”.
“Era óbvio que cabia ao Banco Central reagir”, disse Haddad nesta quinta-feira, em entrevista à Globonews. O ministro afirmou que o BC respondeu a frentes como a melhora na nota de crédito do Brasil por agências de risco, desaceleração da inflação e avanço na tramitação de reformas nos últimos meses.
Haddad disse ainda que, uma vez que o Copom promoveu seu primeiro corte na Selic após três anos, a redução maior do que o esperado foi justificada.
“Cabia ao BC dar uma primeira sinalização. Essa sinalização veio, na minha opinião, com uma calibragem correta para o momento. Se tivesse vindo em maio [um primeiro corte], poderia ter sido de 0,25 ponto”, disse Haddad.
A maioria do mercado apostava em corte menor, de 0,25 ponto. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi um dos que votaram pelo corte de 0,50 ponto. A reunião de agosto foi ainda a primeira a contar com dois diretores indicados do governo Lula, incluindo o ex-secretário executivo de Haddad na Fazenda, Gabriel Galípolo, que também votou por corte de 0,50 ponto.
O comunicado do Copom após a decisão da quarta-feira (2/8) veio em tom menos duro do que os anteriores – que haviam gerado conflito entre o Banco Central e o governo. No documento, o Copom afirmou que o corte foi o primeiro de uma série de próximas reduções a serem feitas na taxa básica de juros nos próximos meses.