Nos primeiros 18 dias deste ano, as empresas de tecnologia demitiram 37.526 funcionários. Esse número representa 24% do total de pessoas cortadas por companhias desse segmento ao longo de todo o ano de 2022. Dito de outra forma, o setor eliminou pouco mais de 2 mil postos de trabalho a cada 24 horas em 2023. Isso mesmo contanto fins de semana e feriados.
É o que indica um novo relatório do portal de rastreamento demissões em massa Layoffs.fyi. Ele reúne dados de 122 empresas de tecnologia ao redor do mundo. Ao longo de todo o ano de 2022, os cortes somaram 154.386 empregados de 1.026 companhias.
Segundo informações do portal, as gigantes do setor têm grande peso nesse cenário, embora boa parte delas venha promovendo cortes desde novembro de 2022. Nesse caso, ampliando o escopo da pesquisa, a lista é encabeçada pela Amazon, Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, e Salesforce.
Juntas, só a Amazon e a Salesforce, que vende serviços em nuvem, anunciaram na primeira semana deste ano um corte de mais de 25 mil empregos. A maior parte, porém, ainda será executada nas próximas semanas. A expectativa é de que a Microsoft também confirme demissões.
Esse quadro é resultado, principalmente, de dois fatores. Um deles é a queda das vendas de produtos e serviços do setor com o arrefecimento da Covid-19 e o consequente fim do isolamento social na maior parte do mundo. No auge da pandemia, essas empresas experimentaram uma forte expansão em todas as frentes em que atuam.
O segundo problema é a perspectiva de baixo crescimento nos países desenvolvidos. Hoje, desaquecidos, tais mercados convivem com juros altos, usados para combater inflações resistentes. Nesse contexto, que envolvem os Estados Unidos e a Europa, as previsões de vendas do segmento tecnológicos são parcas, para dizer o mínimo.
Em se tratando de uma crise econômica, óbvio que outros setores também estão sendo afetados. Na última semana, o banco Goldman Sachs anunciou a demissão de 3 mil pessoas, enquanto a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, informou que promoverá o primeiro corte de funcionários em quatro anos. Ele deve atingir cerca de 500 trabalhadores, o equivalente a 2,5% da força de trabalho global da companhia.
