Em setembro, Ibovespa teve volume de negócios mais baixo em 14 meses

No mês passado, de acordo com dados da B3, a média de volume negociado por pregão ficou em R$ 16,1 bilhões, a menor desde julho de 2022

atualizado 04/10/2023 8:57

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Tela mostra cotações da bolsa de valores - Metrópoles Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa encerrou o mês de setembro registrando o seu menor patamar, em volume de negócios, em mais de um ano, desde julho de 2022.

No mês passado, de acordo com dados da B3 compilados pelo jornal Valor Econômico, a média de volume negociado por pregão ficou em R$ 16,1 bilhões.

Trata-se, ainda, do menor valor para setembro desde 2019, antes do início da pandemia de Covid-19. No acumulado de setembro de 2023, o Ibovespa fechou em alta de 0,71%.

Valorização de títulos de dívida nos EUA

Em setembro, segundo especialistas do mercado, o principal índice da Bolsa sentiu os efeitos de uma combinação entre juros nominais ainda elevados – já que o Banco Central (BC) iniciou o ciclo de queda da Selic apenas em agosto – e juros futuros pressionados, em meio ao avanço do rendimento dos títulos da dívida dos Estados Unidos nas últimas semanas.

Esses títulos, emitidos pelo Tesouro americano (os chamados Treasuries) e com vencimento para 10 anos, estão no nível mais alto em mais de 15 anos, desde 2007. A valorização desses papéis reduz a atratividade, sob o ponto de vista dos investidores, de aplicações com maior risco, como o mercado de ações de países emergentes – o que explica a queda do Ibovespa.

No último pregão da Bolsa brasileira, na terça-feira (3/10), o Ibovespa fechou em forte baixa de 1,42%, recuando para o patamar dos 113 mil pontos (113.419,04).

Com o resultado, o índice acumula perdas de 2,7% em outubro. No acumulado de 2023, a alta ainda é de 3,36%.

Preocupação com juros nos EUA

Os investidores também repercutem recentes declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell.

Há duas semanas, em pronunciamento pouco depois do anúncio da manutenção da taxa básica de juros nos Estados Unidos no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano, Powell voltou a afirmar que a inflação ainda não está controlada no país e que a autoridade monetária precisa agir “com cuidado”.

Apesar de não ter elevado os juros, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) optou por manter a taxa no nível mais alto em 22 anos.

A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.

Dados divulgados pelo Departamento do Trabalho do governo americano mostram que a inflação no país foi de 3,7% em agosto, na comparação anual, ante 3,2% do mês anterior. O resultado veio acima das estimativas do mercado. A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano.

O presidente do Fed disse ainda que o “objetivo principal é um pouso suave” na economia americana. Um “pouso suave” é uma desaceleração cíclica no crescimento capaz de evitar uma recessão. A expressão se tornou popular em Wall Street durante o mandato de Alan Greenspan à frente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), nos anos 1990.

“O fato de que mantivemos os juros no atual patamar não significa que alcançamos a estabilidade de política monetária que estamos buscando”, disse Powell, que chamou atenção para a resiliência da inflação nos EUA.

Nas últimas 13 reuniões do Fomc, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em duas. Os investidores temem um novo aperto monetário na maior economia do mundo.

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