A indicação de nomes para dois cargos de diretoria do Banco Central (BC) foi um dos temas discutidos na reunião desta segunda-feira (30/1) entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Como o Metrópoles noticiou mais cedo, o encontro aconteceu no escritório do Ministério da Fazenda na capital paulista, em São Paulo, e durou cerca de uma hora e meia. De lá, Haddad seguiu para a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde participou de uma reunião com a diretoria da entidade.
Em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve indicar dois nomes para as diretorias de Fiscalização e Política Monetária do BC – hoje ocupadas por Paulo Souza e Bruno Serra Fernandes, respectivamente.
Os mandatos de ambos se encerram no dia 28 de fevereiro. Eles podem ser reconduzidos aos cargos. A decisão será de Lula.
“É óbvio que foi um tema (da reunião com Campos Neto), mas é um tema que tem que ser tratado com muita naturalidade. Temos ali dois cargos técnicos que precisam ser discutidos”, disse Haddad, em entrevista coletiva após a reunião na Fiesp.
“É um perfil muito próprio para ocupar aquela posição. É uma prerrogativa, pela lei, do presidente da República. O que temos que fazer é levar bons nomes para que o presidente possa decidir”, afirmou o ministro.
Questionado se os possíveis novos nomes para o BC seriam oriundos do mercado, Haddad despistou: “Se você quer bons nomes técnicos, você tem poucos lugares para procurar. Pode ser do setor privado, pode ser do setor público”.
Neste ano, Lula poderá substituir até quatro diretores da autoridade monetária. Além de Souza e Fernandes, Maurício Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Fernanda Magalhães (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) terão seus mandatos encerrados. Em tese, eles também podem ser reconduzidos.
Os indicados de Lula precisam ser submetidos a sabatinas no Senado Federal para que tenham seus nomes aprovados. O presidente do BC e oito diretores da instituição compõem o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros.
