O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, seguem dando manifestações públicas de proximidade após o tensionamento das relações entre o governo federal e a autoridade monetária, com críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos juros altos, às metas de inflação e à autonomia do BC.
Nesta sexta-feira (24/2), Haddad e Campos Neto almoçam juntos em Bangalore, na Índia, onde acontece a primeira reunião entre os ministros da Economia e os presidente dos Bancos Centrais dos países que compõem o G20, grupo das 19 maiores e mais importantes economias do mundo e a União Europeia.
É o segundo almoço entre Haddad e Campos Neto em uma semana. No dia 16, ambos almoçaram por cerca de duas horas antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília. Na ocasião, o encontro informal durou mais do que a própria reunião do CMN, que transcorreu por apenas 28 minutos.
Na agenda oficial do ministro da Fazenda, o almoço com Campos Neto é classificado como uma reunião, o que indica que a conversa tratará de temas pertinentes à pasta e à autoridade monetária.
Nesta semana, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, número 2 da pasta, garantiu que a equipe econômica mantém boas relações com Campos Neto. “Falo com ele quase diariamente. Estou com uma missão corporativa de, até o final do ano, ele ser criticado por todos os grupos bolsonaristas por estar excessivamente próximo à equipe econômica do PT”, disse Galípolo.
Mais cedo, como noticiado pelo Metrópoles, Haddad fez um pronunciamento de cerca de 4 minutos durante o encontro com os ministros do G20. Ele pediu maior diálogo entre os países que integram o grupo e defendeu “ações com resultados concretos”. O Brasil assumirá a presidência do G20 no ano que vem.
Ainda nesta sexta, de acordo com a agenda divulgada pelo Ministério da Economia, Haddad terá reuniões bilaterais com os ministros da Economia da Argentina, Sergio Massa; da África do Sul, Enoch Guandongwana; e da Espanha, Nadia Calvino. Ele também se reunirá com Paolo Gentilioni, da Comissão Europeia.
