A Petrobras anunciou, nesta quarta-feira (1º/2), que pagou R$ 194,6 bilhões em dividendos a seus acionistas em 2022. Essa quantia foi distribuída no ano passado e seria suficiente para comprar quase uma Ambev, cujo valor de mercado, em 1º de março, era de R$ 212 bilhões. A estimativa foi feita pela empresa TradeMap.
Na quarta, a estatal também informou que seu conselho de administração aprovou, por maioria, a distribuição adicional de dividendos, referentes a 2002, para além dos 194,6 bilhões. O adicional será desembolsado em duas parcelas, nos meses de maio e junho. Agora, a proposta será levada à Assembleia Geral de Acionistas, prevista para ocorrer em 27 de abril.
Nesse caso, o pagamento será de R$ 2,7 (brutos) por ação. Considerando o total de pouco mais de 13 bilhões de ações da estatal no mercado de capitais, o adicional de dividendos alcança R$ 35,8 bilhões. De acordo com a TradeMap, a Sabesp valia R$ 35,5 bilhões, em 1º de março.
Do total já pago em 2002, a União recebeu R$ 55,8 bilhões, pois é a maior acionista da empresa e detém 28,7% do total de ações da estatal. Acrescidas as parcelas do valor adicional, o governo federal receberá mais R$ 10,2 bilhões, entre maio e junho.
A polêmica dos dividendos
Ainda que a União seja a maior beneficiária da política de dividendos da empresa, ela é criticada por integrantes do governo. O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, chegou a sugerir, em maio de 2022, quando exercia o mandato de senador, a redução dos valores dos dividendos pagos pela companhia.
A deputada federal Gleisi Hoffman, presidente do PT, deu declarações nesse mesma linha, na terça (28/2). “Agora é construir na Petrobras uma política de preços mais justa, acabar com PPI e rever a indecente distribuição de dividendos da empresa, para ela voltar a investir e fazer o Brasil crescer”, disse.
