Os custos da indústria no Brasil registraram um forte aumento em 2022, na comparação com o ano anterior. É o que mostra o Indicador de Custos Industriais (ICI), divulgado nesta quinta-feira (25/5) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A alta foi de 10,7% em relação a 2021.
Os componentes que mais contribuíram para esse aumento foram os custos de produção (+14,4%) e os custos de capital (+35,8%), que puxaram o índice geral para cima. Por outro lado, houve queda de 13% nos custos tributários da indústria em 2022.
A guerra entre Rússia e Ucrânia, que gerou forte aumento nos preços de insumos e commodities energéticas, especialmente nos dois primeiros trimestres do ano passado, afetou diretamente os custos de produção.
“Avaliando o custo com energia na comparação do quarto com o terceiro trimestre de 2022, houve queda de 3,7%, após um longo período de aumento nos custos”, diz o relatório da CNI. “Esse resultado decorreu dos recuos de 8,5% no custo com óleo combustível e de 4,1% no custo com gás natural, apesar do ligeiro aumento de 0,5% na energia elétrica.”
No cenário interno, segundo a CNI, o custo de capital reflete o aumento da taxa básica de juros (Selic), de 9,25% ao ano, em janeiro, para 13,75% ao ano, a partir de agosto de 2022.
“Na comparação do terceiro com o quarto trimestre de 2022, o custo com capital ficou estável, refletindo a manutenção da taxa Selic no patamar elevado de 13,75% ao ano”, avalia a CNI. “As taxas de juros elevadas também foram elencadas como problema relevante para a indústria brasileira, registrando aumento no percentual de assinalações, de acordo com as Sondagens Industriais de 2022.”
Para a entidade, que já se manifestou em defesa da redução da Selic, “a questão dos juros contribui para o encarecimento do custo do crédito para os empresários e influencia decisões como investimento e compra de maquinário”.
