A cotação do dólar no mercado paralelo da Argentina bateu um novo recorde histórico na quinta-feira (13/4), após ultrapassar a marca dos 400 pesos argentinos. A moeda norte-americana dobrou de valor em relação à moeda argentina no interlavo de 12 meses.
O câmbio desfavorável, de acordo com economistas argentinos, é apenas mais um dos ingredientes responsáveis pelo aprodundamento da crise econômica no país vizinho, onde a taxa de inflação ultrapassa os 100% ao ano.
Segundo analistas ouvidos pela mídia argentina, a alta do dólar é reflexo do saldo das reservas líquidas do Banco Central, que chegou ao nível mais baixo em meses. Esse fator se soma às incertezas políticas com a proximidade da eleição presidencial, que ocorre em outubro deste ano.
A cotação paralela da moeda norte-americana é uma espécie de termômetro da situação econômica na Argentina. Isso porque parte significativa da poupança é dolarizada no mercado informal.
Outro detalhe importante é que o recorde histórico do valor do dólar aconteceu um dia antes do governo argentino divulgar o índice de inflação de março.
Analistas estimam que a alta da inflação deve ser ainda maior do que o previsto anteriormente pelo mercado. Em fevereiro, o índice foi de 6,6%, o que elevou a inflação anual da Argentina para 102,5%.
Economistas ouvidos pela imprensa argentina trabalham com a possibilidade de o índice de preços ao consumidor, que será divulgado nesta sexta-feira (14/4), atinja os 7% em março. Caso as previsões se confirmem, a taxa de inflação no país ultrapassaria os 20% somente no primeiro trimestre de 2023.
