Copom avalia novo aumento da Selic, destaca economista

Essa é a leitura que Márcio Holland, professor da FGV, faz do comunicado divulgado nesta quarta (3/5) pelo BC. Opinião não é unânime, porém

atualizado 04/05/2023 1:21

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Parte externa do banco central - Metrópoles Felipe Menezes/Metrópoles

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), ainda terá muito trabalho até que a inflação caminhe para sua meta. Essa é a opinião do economista Márcio Holland, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP)

Para Holland, é isso o que se depreende a partir da leitura do comunicado emitido pelo órgão nesta quarta-feira (3/5), no qual justifica a decisão de manter a taxa básica de juros do país, a Selic, em 13,75% ao ano. “A persistência inflacionária vem dificultando a efetividade da política monetária”, diz. “O comunicado mantém o cenário de taxa Selic alta para a próxima reunião e até cogita mais aperto monetário ‘caso o processo de desinflação não transcorra como esperado’”.

Na avaliação do economista, portanto, os motivos que levaram à manutenção da taxa não se resumem às incertezas que persistem sobre o novo arcabouço fiscal – aspecto também mencionado pelo Copom no comunicado. “Na prática, as novas regras, mesmo indefinidas (serão avaliadas pelo Congresso), não sustentam uma trajetória de estabilidade da dívida pública”, observa.

Para Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, a manutenção da taxa em 13,75% era amplamente esperada pelo mercado. Ele, contudo, vê como menos provável a possibilidade de um recrudescimento do BC. “Mesmo que o Copom tenha mantido no comunicado a afirmação de que ‘não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado’, ele adicionou que tal cenário é ‘menos provável’”, diz.

Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, avalia que o balanço de riscos presente no atual comunicado continua o mesmo da ata de março. “Ainda existem incertezas em relação ao arcabouço fiscal que, na nossa avaliação, é permissivo com o aumento de gastos, o que causa uma preocupação sobre a deterioração da trajetória da dívida pública”, diz. “Além disso, há o crescimento do risco político no Brasil, com as críticas do governo federal sobre a condução da política monetária, o que traz uma aversão a risco ao nosso mercado.”

Bertotti ressaltou que, em sua decisão, o BC também considerou fatores como a pressão inflacionária global, com o aperto monetário que continua nos Estados Unidos e na Europa. Nesta quarta-feira, o Federal Open Market Committee (Fomc), comitê do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), elevou os juros dos EUA em 0,25 ponto percentual, para uma banda entre 5% e 5,25% ao ano.

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