O consumo nos lares brasileiros, medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), registrou um crescimento de 1,07% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pela entidade nesta quinta-feira (23/2), em entrevista coletiva.
Já em relação a dezembro de 2022, a queda foi de 14,81% por causa da sazonalidade, informou a Abras. No fim de ano, em geral, há um aumento do consumo impulsionado pelas festas de Natal e Réveillon.
Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da retração em relação ao mês anterior, a queda foi menor do que as registradas nessa mesma base de comparação em 2021 (-18,45%) e 2022 (-21,22%).
A projeção da Abras para o setor em 2023 é a de um crescimento de 2,5%.
Alimentos
A cesta Abrasmercado, que reúne 35 itens de largo consumo, acumulou alta de 6,39% em 12 meses até janeiro de 2023 e ficou em R$ 754,98. A variação mensal nos preços dos alimentos foi de 0,08%.
As principais altas foram puxadas por batata (+14,14%), feijão (+5,69%), tomate (+3,89%), arroz (+3,13%) e farinha de mandioca (+2,75%).
Por outro lado, os maiores recuos no preço foram da cebola (-22,68%), carne bovina, corte dianteiro (-1,93%), frango (-1,29%), óleo de soja (-0,46%), leite em pó (-0,45%), leite longa vida (-0,30%) e carne bovina corte traseiro (-0,12%).
A cesta de alimentos básicos, com 12 produtos, registrou variação de 0,25% na comparação com dezembro do ano passado, ficando em R$ 318,35.
Os itens básicos que mais pressionaram a cesta foram feijão (+5,69%), arroz (+3,13%) e derivados do leite – queijo muçarela (+0,46%) e queijo prato (+0,46%).
A cesta Abrasmercado é composta por 35 produtos de largo consumo, entre alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza. A cesta com os 12 produtos básicos é formada por açúcar, arroz, café moído, carne bovina, farinha de mandioca, farinha de trigo, feijão, leite longa vida, margarina, macarrão, óleo de soja e queijo.
Americanas
O vice-presidente Institucional e Administrativo da Abras, Marcio Milan, reconheceu que a crise na Americanas, que entrou em recuperação judicial após registrar um rombo contábil e acumula dívidas calculadas em R$ 42,5 bilhões com quase 10 mil credores, gerou instabilidade no setor.
Para Milan, ainda não é possível dizer se o episódio envolvendo a Americanas terá grande impacto sobre as vendas da Páscoa – a varejista é uma das maiores vendedoras de ovos de chocolate no país. A Abras fará um levantamento para identificar esse possível impacto.
“A gente sabe que a Americanas tem uma participação grande na venda de ovos. Essas coisas vão se ajustando, principalmente nos últimos dias em que os credores se movimentam no sentido de encontrar uma solução”, afirmou Milan.
