O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,6 ponto em dezembro, para 91,2 pontos. Com o resultado, o indicador fecha o ano com quatro quedas seguidas e registra o menor nível desde abril. Em médias móveis trimestrais, houve recuo de 0,9 ponto. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (02/12), pelo Instituto de Economia Brasileira da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
“A confiança empresarial encerra 2023 em patamar muito semelhante ao de 2022, sugerindo pouco avanço ao longo do ano”, diz Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE. “A sinalização dos resultados do último trimestre mostra que há uma ligeira melhora na percepção sobre o momento presente, porém, com mais cautela em relação às expectativas para os próximos meses.”
Para Tobler, o ritmo da confiança na economia brasileira para 2024 segue incerto. “Ele depende da continuidade da melhoria do ambiente macroeconômico e da retomada de algumas atividades-chave, como os serviços, que têm relatado piora nas suas últimas avaliações”, afirma Tobler.
Em dezembro, o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) ficou relativamente estável, variando 0,3 ponto, para 88,5 pontos. Entre os componentes do IE, destacaram-se as altas de 3,4 pontos do “emprego previsto”, que se aproxima do nível neutro dos 100 pontos (97,9 pontos), e de 1,6 ponto do tópico “tendência dos negócios seis meses à frente”, que alcançou 90,6 pontos.
A “demanda prevista” manteve-se estável em torno de 88 pontos. O Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) também variou 0,3 ponto, mas num nível superior ao IE, chegando a 95,8 pontos. Entre seus componentes, o tema “situação atual dos negócios” permaneceu inalterado em 97 pontos e o “volume de demanda atual” recuou 0,2 ponto, para 94,9.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV Ibre: indústria, serviços, comércio e construção.
Pessimismo nos serviços
A confiança da indústria atingiu o melhor resultado desde outubro de 2022 com a alta de 2,6 pontos em dezembro, chegando a 95,3 pontos. Construção e comércio mantiveram-se relativamente estáveis, com índices de confiança situando-se em 96,0 e 87,5 pontos, respectivamente. Em seguida, a área de serviços observou a quinta queda consecutiva de seu índice, recuando 2,4 pontos, para 92,0 pontos, resultado que reflete a piora das perspectivas dos empresários do setor sobre o futuro.
Difusão da Confiança
Em dezembro, a confiança empresarial subiu em 55% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma disseminação superior à de 47% observada no mês anterior.