A confiança do consumidor brasileiro caiu 0,2 ponto, recuando a 86,8 pontos, em abril na comparação com março. É o que mostra o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) FGV Ibre, divulgado nesta terça-feira (25/4). Segundo avaliação dos pesquisadores da instituição, o patamar é considerado baixo em termos históricos.
A estabilização da confiança do consumidor apontado pelo ICC de abril foi influenciada pela estabilidade das avaliações sobre a situação atual e ligeira piora das perspectivas para os próximos meses.
“A confiança dos consumidores acomodou em abril em patamar considerado baixo em termos históricos. Assim como no mês anterior, a heterogeneidade dos resultados torna difícil uma sinalização mais clara sobre as perspectivas futuras. Há um aumento do pessimismo das famílias com renda familiar mais baixa e redução para as famílias de maior poder aquisitivo”, afirma a coordenadora das sondagens da FGB Ibre, Viviane Seda Bittencourt.
O quesito que mais influenciou a queda do ICC de abril foi a redução da intenção do consumidor de adquirir bens duráveis. O indicador sofreu recuo de 4,3 pontos, marcando agora 80,5 pontos, uma perda de 55% dos ganhos obtidos no mês anterior.
Outro índice que sofreu redução, apesar de ter sido mais leve, foi o que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia do país. O indicador recuou 0,4 ponto em abril, para 112,4 pontos.
“Esse cenário pode estar relacionado ainda a um alto endividamento das famílias, principalmente de menor renda, junto com um aumento das perspectivas de inflação para os próximos meses e dificuldade de acesso ao crédito. Ainda que o novo arcabouço fiscal tenha sido apresentado, isso está gerando incerteza, o que afeta as decisões no curto prazo”, acrescenta a coordenadora das sondagens da FGB Ibre.
Melhora da percepção
O Índice de Situação Atual (ISA) registrou em abril variação de 0,1 ponto, subindo a 72,1 pontos. Este é o melhor resultado do indicador desde outubro de 2022 (74,5 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,4 ponto, recuando a 97,6 pontos.
Entre as altas que mais se destacaram está a do indicador que mede as perspectivas sobre a situação financeira futura da família. O índice foi o que apresentou o aumento mais significativo. Foram 3,5 pontos a mais, saltando a 100,1 pontos. Este foi o melhor resultado do quesito desde dezembro de 2022 (105,0 pontos).
