A alta de 7,5% no preço da gasolina nas distribuidoras, anunciada nesta terça-feira (24/1) pela Petrobras, terá impacto sobre a inflação em fevereiro. O peso do aumento foi estimado em 0,24 ponto percentual, segundo análise da especialista Andréa Angelo, de corretora e gestora de patrimônio Warren Renascença.
Com isso, a estimativa de inflação para o próximo mês, que era de 0,8%, passou para 1%. Em termos anuais, a projeção anterior saiu de 5,15% e, agora, foi corrigida para 5,4%. De acordo com Andréa, o aumento de 7,5% para as distribuidoras representará um acréscimo de cerca de 5% no valor do produto nas bombas de gasolina. O percentual é menor nos postos de combustíveis porque, ao ser comercializada, a gasolina é misturada ao álcool anidro.
Outros reajustes, contudo, podem ocorrer. Na avaliação do mercado, a defasagem do valor dos combustíveis no Brasil em relação aos preços internacionais era de 15% antes do aumento anunciado nesta terça (24/1).
Além do mais, outra fonte de pressão sobre os índices inflacionários é o fim da desoneração da gasolina, com a retomada da cobrança do PIS/Confins, a partir de 28 de fevereiro.
A cobrança desses impostos federais havia sido suspensa durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Logo após a posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, assinou uma medida provisória que reestabeleceu a cobrança a partir de março.
Com isso, observa Andréa Angelo, a inflação prevista para o ano de 2023 passará de 5,4% para 6,10. Na avaliação de Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, esse valor pode atingir 6,3% em 2023.
De acordo com Débora, o emplacamento e licença de veículos teve um impacto de 0,30 ponto percentual na projeção da inflação do ano. Na sequência, ela observa, veio o aumento da gasolina, que adiciona mais 0,15% ao IPCA. “Com outros ajustes marginais que fizemos à luz da informação de hoje, nossa projeção de IPCA para 2023 subiu de 5,8% para 6,3%”, afirma.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,55% em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (24/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima das projeções do mercado, que apontavam para 0,52%.
