A crise na Americanas, que acabou impactando o resultado financeiro do Itaú no quarto trimestre do ano passado, é um “caso isolado” e não deve contaminar a oferta de crédito no setor de varejo. A avaliação é do presidente do Itáu, Milton Maluhy, que comandou uma conferência, nesta quarta-feira (8/2), com a apresentação oficial dos resultados do banco.
Segundo o presidente do Itaú, o episódio na Americanas pode ser classificado como uma “fraude”.
“Na nossa visão e pelas informações que temos hoje, trata-se de um caso isolado, que não tem efeito de contaminação no primeiro momento”, disse Maluhy. “Pelo que apuramos, não encontramos outro caso semelhante. É um caso isolado, uma fraude. Temos que acompanhar os desdobramentos”, completou.
Ainda segundo o presidente do Itaú, o banco fez uma revisão completa da carteira de crédito e afastou maiores riscos. “Olhando as empresas que fazem o risco sacado, não vemos uma fragilidade”, disse Maluhy.
Ainda sobre a Americanas, o presidente do Itaú admitiu que o episódio foi inesperado. “Estamos falando de uma companhia aberta, com balanço auditado, controladores relevantes. Fraude não era algo esperado”, afirmou.
O Itaú fechou o quarto trimestre do ano passado com um lucro recorrente gerencial de R$ 7,668 bilhões, abaixo do que o mercado esperava. O resultado é 5,1% menor do que o registrado no terceiro trimestre. Já na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve alta de 7,1%.
Diálogo com governo
Durante a apresentação dos resultados do Itaú, Maluhy disse que as primeiras conversas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e integrantes da equipe econômica do governo foram positivas.
“As nossas conversas com a equipe econômica foram muito positivas, com uma escuta ativa”, afirmou. “O ministro Fernando Haddad tem conversado com o mercado e é importante para que a equipe econômica forme sua opinião. Um evento relevante serão as novas regras do arcabouço fiscal. Todos os investidores estão olhando para isso.”