O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, espera que as exportações da carne bovina brasileira para a China sejam retomadas até meados de março, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer uma visita oficial ao país asiático.
Na quarta-feira (22/2), o governo brasileiro confirmou a suspensão temporária dos embarques de carne bovina à China, após o registro de um caso do “mal da vaca louca” em uma propriedade rural de Marabá (PA).
“Quero crer, mas aí é uma convicção minha, que antes da visita do presidente Lula à China, no final do mês de março, que ainda está para ser confirmada, nós tenhamos esse caso solucionado”, disse Fávaro, em entrevista à CNN Brasil. “Fazendo um bom trabalho, a gente consegue resolver o caso e levantar essas suspensões no mês de março.”
O ministro da Agricultura se reunirá nesta quinta-feira (23/2) com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, para discutir o assunto. Segundo Fávaro, os chineses foram informados sobre o caso no fim de semana, por meio dos adidos agrícolas brasileiros em Pequim, da embaixada na capital chinesa e da Administração-Geral de Alfândegas da China.
Sem risco para a população
Na entrevista à CNN, Fávaro afirmou que os brasileiros não devem se preocupar com o consumo de carne bovina no país.
“Eu posso garantir à população brasileira que não se preocupe com o consumo de carne bovina. Em hipótese alguma, o risco pode estar aí”, disse o ministro. “Nós já sabemos a origem do caso, onde se instalou. É uma pequena propriedade que tem uma criação de 60 animais e nenhum outro animal deste rebanho foi abatido e levado ao mercado.”
O que é o mal da vaca louca
O mal da vaca louca é uma doença cerebral, degenerativa e fatal provocada por uma proteína chamada príon, que afeta o gado. Ela ficou conhecida nos anos 1980 e 1990, depois de um surto no Reino Unido que fez com que milhões de cabeças de gado fossem abatidas.
A enfermidade pode ser transmitida para humanos em caso de consumo de carne contaminada, provocando a Doença de Creutzfeldt-Jakob, também neurodegenerativa.
Existem duas formas de contaminação do gado. A primeira é o caso de origem atípica, quando, naturalmente, o príon sofre uma mutação, tornando-se infeccioso.
A segunda forma é por meio de consumo de rações feitas com proteína animal contaminada, como farinha de carne e ossos de outras espécies.
