Os agentes econômicos e do mercado ainda têm algumas dúvidas sobre a real capacidade de o Brasil crescer de forma significativa nos próximos anos. É o que afirmou nesta quarta-feira (19/8) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
As declarações do chefe da autoridade monetária foram dadas durante a abertura do 35º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em Brasília.
“Uma coisa que preocupa é os agentes econômicos terem essa percepção de que o potencial de crescimento do Brasil é baixo. De agosto de 2021 até junho de 2023, houve mais uma queda na perspectiva do que eles entendem que é o crescimento potencial, que é aquele que não gera inflação nem desinflação”, disse Campos Neto.
Segundo o presidente do BC, esse ceticismo se deve, principalmente, às dificuldades que o país deve enfrentar para conseguir aumentar sua arrecadação.
“Para fazer essa entrega (de equacionar a questão fiscal), nós precisamos ter muita arrecadação. As pessoas têm um pouco de ceticismo em relação a essa capacidade. Temos medidas importantes para serem aprovadas nesse sentido”, afirmou Campos Neto”, referindo-se ao projeto do novo marco fiscal.
“Mesmo com o marco fiscal, o crescimento de gastos do Brasil, em termos reais, é bem acima da média do mundo emergente. Os agentes financeiros entendem que, para cumprir isso, precisaria ter um crescimento muito grande ou precisaria ter muita arrecadação”, concluiu.
