Campos Neto defende meta de inflação e reformas em evento do BC

Roberto Campos Neto reuniu outros presidentes de bancos centrais no encerramento de seminário do BC

atualizado 19/05/2023 19:51

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Imagem colorida de Roberto Campos Neto Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reuniu grandes nomes da economia nesta sexta-feira (19/5), em São Paulo, em um seminário que serviu quase como um ato de apoio à autoridade monetária brasileira, que tem sido alvo de críticas do governo pelas altas taxas de juros no país.

Anfitrião do último dia do evento, Campos Neto voltou a defender o cumprimento das metas de inflação no Brasil, alertou para a resiliência da inflação no mundo, não deu nenhum sinal de que o BC pensa em derrubar os juros e defendeu reformas estruturais para impulsionar a economia.

“Precisamos continuar com as metas inflacionárias e trazer a inflação de volta para a meta”, disse o presidente do BC no encerramento do seminário.

“Nós perdemos muito tempo falando sobre a Selic, se ela vai subir ou se vai descer. Quando olhamos adiante, precisamos focar que nós precisamos de reformas estruturais”, prosseguiu Campos Neto.

“Quando eu vejo todas as reformas que estão sendo feitas em países emergentes, vejo que aqui não fizemos quase nada. Precisamos fazer algo, porque esse endividamento, a taxa neutra mais alta e o crescimento baixo não são bons para o Brasil.”

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que adotou um discurso conciliador, também participou do encontro, mas saiu mais cedo e não ficou para ouvir a fala do chefe do BC.

Campos Neto já foi criticado diversas vezes pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ministros do governo e por integrantes do PT, como a presidente do partido, Glesi Hoffmann. Lula considera que a taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano, é muito elevada e acaba impedindo o crescimento da economia brasileira.

Campos Neto foi o mediador do painel “Desafios pós-pandemia: inflação alta, endividamento elevado e estabilidade financeira”. O debate foi praticamente um desagravo ao presidente do BC, cuja gestão foi elogiada pelos demais participantes, todos presidentes de Bancos Centrais: Julio Velarde (Peru), Leonardo Villar (Colômbia), Pablo Hernandez de Cos (Espanha), Rosanna Costa (Chile) e Tiff Macklem (Canadá).

Lagarde e Meirelles

O seminário promovido pelo BC reuniu, além do ministro da Fazenda, diversos economistas e autoridades de países da América Latina e da Europa. Na plateia, que praticamente lotou as dependências do auditório do Hotel Unique, em São Paulo, estavam pesos pesados da economia nacional, como os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan e Henrique Meirelles (este último, também ex-presidente do BC).

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também participou do seminário, ainda que de forma remota, por meio de um vídeo gravado antecipadamente. Ela já foi diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Nós estamos enfrentando um cenário desafiador de inflação, o que fez com que os Bancos Centrais ao redor do mundo tivessem de ajustar a rota rapidamente”, disse Lagarde, referindo-se ao aumento das taxas de juros.

Segundo a presidente do BCE, “os Bancos Centrais precisam olhar para o futuro e prestar atenção a qualquer vulnerabilidade” e a autoridade monetária da Europa “fará tudo o que for necessário para contribuir com um ambiente de estabilidade financeira”.

Henrique Meirelles, que foi o mediador de um painel sobre política monetária, aproveitou uma fala de Haddad mais cedo e fez uma analogia sobre a importância de as políticas fiscal e monetária caminharem juntas.

“O ministro fez uma analogia sobre dois braços do mesmo corpo, as políticas fiscal e monetária. Eu gostaria de fazer uma outra analogia como se fossem duas pernas do mesmo corpo”, disse Meirelles.

“Se uma das pernas quer andar para frente e a outra quer andar para trás, não funciona. O mais eficiente é que as duas pernas caminhem no mesmo sentido”, completou o ex-presidente do BC.

Para Meirelles, “o melhor jeito de maximizar o crescimento e a criação de empregos é controlar a inflação”.

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