BB acusa Washington Cinel de buscar RJ para “manter luxo e ostentação”

Banco do Brasil (BB) afirma que Washington Cinel quer "distribuição de renda às avessas" com pedido de recuperação judicial de R$ 1,7 bi

atualizado 13/10/2023 9:27

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Foto colorida de Washington Cinel, dono da Gocil. Ele é careca e usa óculos - Metrópoles Reprodução/Instagram

O Banco do Brasil (BB) fez duras críticas e levantou suspeita sobre o pedido de recuperação judicial (RJ) apresentado à Justiça de São Paulo, em setembro, pelo grupo do empresário Washington Cinel, dono da Gocil, uma das maiores empresas de segurança privada do país.

A instituição financeira afirma que Cinel “ostenta uma vida de luxo” e que quer viver às custas de seus credores. O banco pediu à Justiça paulista que obrigue o empresário a explicar seu patrimônio e que seja feita perícia para constatar se ele, de fato, está em crise que justifique a sua recuperação judicial.

Com dívidas que somam R$ 1,7 bilhão, o Grupo Handz, que controla as empresas de Cinel, incluindo a Gocil e fazendas usadas para o agronegócio, entrou com pedido de recuperação judicial no dia 29 de setembro. O empresário afirma que seu grupo empresarial acabou enrolado com empréstimos que contraiu com bancos.

Nesta sexta-feira (13/10), o Metrópoles revelou que Cinel pegou, por meio de uma das empresas, R$ 510 milhões em empréstimos com o Banco do Nordeste (BNB) no Maranhão, dias antes de entrar com pedido de recuperação judicial em São Paulo. Na prática, a operação pode dificultar que credores tomem a fazenda maranhense dada como garantia ao BNB, que tem tamanho equivalente a 21 mil campos de futebol.

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Crédito do Banco do Nordeste foi liberado dias antes de pedido de recuperação judicial do grupo de Washington Cinel, e fazenda no Maranhão foi dada em garantia

Foto: Perícia Judicial
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Uso de fazenda como garantia pode ajudar empresário a blindar seu patrimônio de credores

Foto: Perícia Judicial
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Funcionários de Washington Cinel mostraram à peritos da Justiça mapa da fazenda em Balsas, No Maranhão

Foto: Perícia Judicial

O Banco do Brasil é um dos grandes credores de Cinel. A defesa do empresário apresentou planilhas com centenas de páginas de empresas com as quais têm dívidas. O Metrópoles identificou pelo menos R$ 206 milhões somente com o BB. Entre as garantias, estão papéis sobre a produção das fazendas e maquinário.

O banco ressaltou que Cinel teve lucro de R$ 63 milhões somente nos últimos três anos. O BB diz ainda que a Justiça não pode aceitar pedidos de recuperação de empresas que não estão em crise, sob pena de conceder “blindagem de seu patrimônio”.

Segundo o BB, “é público e notório o estilo de vida de luxo e ostentação do Sr. Washington, colecionador de obras de arte, vivendo em mansão no Jardim Europa, com proporções de áreas rurais, dentre outras regalias”.

O banco ainda afirma que o que Cinel pretende “é uma distribuição de renda às avessas, nas quais os credores que lutam para pagar suas contas cotidianas, se sacrificariam para manter o luxo e ostentação do devedor”.

“Nessa esteira, anota-se que a recuperação judicial pressupõe o sacrifício financeiro de todos, que sempre colaboraram para o crescimento da empresa, não sendo minimamente justo impor esse sacrifício aos credores, sem que o empresário mova sequer um grão de areia de sua vida luxuosa para preservação da própria empresa, especialmente quando ele, conforme demonstrado acima, tem plenas condições econômicas de fazê-lo, sem o requerimento da proteção recuperacional”, diz o banco.

O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, nomeou um perito para analisar a situação das empresas de Cinel. Em casos de recuperação judicial — processo destinado ao saneamento das contas e continuidade da empresa —, a Justiça precisa constatar se ela realmente realmente está em atividade, se está mesmo em crise ou já está falida.

O laudo da perícia constatou que as fazendas de Cinel têm forte presença de funcionários e maquinários agrícolas e que suas empresas estão funcionando em diversos estados. O BB quer que a Justiça obrigue o perito nomeado para o caso para que analise a “real situação financeira” das empresas.

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