O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (4/5) a elevação da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual.
Com isso, a taxa de refinanciamento (a principal) definida pelo BCE subiu de 3,5% para 3,75% (nível mais alto desde outubro de 2008), enquanto a taxa sobre depósitos avançou de 3% para 3,25%. A taxa sobre empréstimos marginais foi de 3,75% para 4%.
Nas últimas três reuniões do BCE, o aumento dos juros havia sido de 0,5 ponto percentual.
Foi o sétimo aumento consecutivo da taxa de juros pelo BCE, que segue alheio às pressões pela desaceleração monetária depois do colapso de bancos regionais nos Estados Unidos, da crise que levou à venda do Credit Suisse para o UBS Group AG e de temores de contágio do sistema financeiro global.
As preocupações da autoridade monetária com a inflação na Europa aumentaram com o resultado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro em abril. O indicador voltou a acelerar e ficou em 0,7%, na comparação com março, de acordo com dados divulgados na terça-feira (2/5) pelo Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia.
Em relação a abril do ano passado, a inflação foi de 7%. O resultado ficou dentro das projeções do consenso Refinitiv, mas acima dos 6,9% registrados em março. Foi o primeiro avanço da inflação após cinco meses seguidos de desaceleração.
“As informações recebidas apoiam amplamente a avaliação das perspectivas de inflação a médio prazo que o conselho do BCE formulou na sua reunião anterior. A inflação nominal diminuiu nos últimos meses, mas as pressões sobre os preços subjacentes permanecem fortes”, diz o comunicado que acompanha a decisão.
“As futuras decisões do conselho do BCE assegurarão que as taxas de referência sejam trazidas para níveis suficientemente restritivos para conseguir um retorno tempestivo da inflação para a meta de médio prazo de 2%. Elas serão mantidas nesses níveis enquanto for necessário”, afirma a autoridade monetária europeia.
