O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (16/3) a elevação da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, mantendo o ritmo do aperto monetário.
Com isso, a taxa de refinanciamento (a principal) definida pelo BCE subiu de 3% para 3,5%, enquanto a taxa sobre depósitos avançou de 2,5% para 3%. A taxa sobre empréstimos marginais foi de 3,25% para 3,75%.
Foi o sexto aumento consecutivo da taxa de juros pelo BCE, que ignorou as pressões pela desaceleração monetária após o colapso de dois bancos regionais nos Estados Unidos e diante da preocupação generalizada com a situação do Credit Suisse.
“O elevado nível de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente de dados para as decisões sobre taxa de juros do conselho do BCE, que serão determinadas por sua avaliação das perspectivas de inflação à luz dos dados econômicos e financeiros recebidos, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, justificou o banco, em comunicado.
O BCE ressaltou que acompanha atentamente os desdobramentos da crise no banco suíço e está pronto para agir, se necessário, para garantir a estabilidade financeira da zona do euro.
“O setor bancário da zona do euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez. O kit de ferramentas de política do BCE está totalmente equipado para fornecer apoio de liquidez ao sistema financeiro, se necessário, e para preservar a transmissão harmoniosa da política monetária”, afirmou o banco.
Inflação resiliente
No comunicado em que anunciou o novo aumento dos juros, o BCE chamou atenção para a resiliência da inflação na Europa. As expectativas para a inflação ficaram em 5,3% para 2023, 2,9% para 2024 e 2,1% para 2025.
De acordo com o BCE, excluindo energia e alimentos, o índice de inflação se manteve em alta em fevereiro, com estimativa de 4,6% para 2023, acima do previsto nas projeções de dezembro do ano passado.
