Americanas vai à Justiça, reage ao Bradesco e volta a acusar ex-CEO

Americanas protocolou um documento de 34 páginas no qual responde à ação do Bradesco e a acusações feitas pelo ex-CEO Miguel Gutierrez

atualizado 11/09/2023 9:45

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A Americanas reagiu a uma ação apresentada pelo Bradesco na qual o banco busca antecipar a produção de provas sobre o que houve na varejista. O processo movido pela instituição financeira, instaurado em janeiro deste ano, tramita na 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo.

Na Justiça de São Paulo, a Americanas protocolou um documento de 34 páginas no qual responde à ação do Bradesco e a acusações feitas pelo ex-CEO da companhia Miguel Gutierrez.

No documento, obtido pelo jornal O Globo, a Americanas sugere que Gutierrez e Bradesco teriam feito um conluio para atacar a empresa. A companhia apresenta cópias de e-mails obtidos pela investigação interna que ainda não tinham vindo à tona.

Em algumas das mensagens, Gutierrez ironiza os questionamentos da auditoria interna da Americanas sobre os dados referentes ao terceiro trimestre de 2022 e conversa com outros executivos sobre como responder a perguntas acerca do assunto, que poderiam ser feitas pelo executivo que assumiria o cargo de CEO, Sergio Rial.

No documento entregue à Justiça, a Americanas fala em uma “jogada milimetricamente combinada” entre Bradesco e Gutierrez. “Logo após a petição do Bradesco, numa jogada milimetricamente combinada, Miguel Gutierrez apresentou sua manifestação respondendo à petição do agravado (o Bradesco) e juntando uma declaração (supostamente por ele escrita) em que buscaria tornar ‘públicos os esclarecimentos necessários a se desfazer integralmente as aleivosias e os ataques reiteradamente realizados sem qualquer lastro probatório'”, diz a empresa.

“Em manifestação protocolada na data de 10 de setembro de 2023, a Americanas volta a refutar veementemente as argumentações do senhor Miguel Gutierrez apresentadas em processo judicial movido pelo Bradesco contra a Americanas”, diz a empresa, que confirma ter acionado a Justiça, em nota encaminhada ao Metrópoles.

“A companhia reitera que o ex-dirigente da Americanas não apresentou contraprovas, em nenhum momento, para os documentos e fatos apresentados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no dia 13 de junho de 2023, que demonstram a sua participação na fraude, evidenciada novamente em mais dados apresentados nesta manifestação aos autos do referido processo. O mesmo se deu com os demais órgãos competentes que atuam nas investigações do ocorrido e que já acataram e homologaram delações premiadas de ex-executivos da companhia”, prossegue a Americanas.

No texto, a varejista “reforça ainda que foi a única parte a apresentar provas no âmbito do processo judicial e reitera a afirmação sobre a fraude e a responsabilidade direta do ex-CEO a partir da exposição de novas evidências apresentadas”.

“A Americanas reitera que tanto as afirmações supracitadas quanto as evidências que as certificam constam da petição protocolada em resposta ao agravo em processo judicial de autoria do Bradesco e lamenta a posição da instituição financeira, não compartilhada pelos demais bancos credores da companhia, que seguem empenhados num consenso ao Plano de Recuperação Judicial.”

Em outro trecho da nota, a Americanas “reafirma que o relatório preliminar apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito se baseia em documentos levantados pelo Comitê de Investigação Independente, além de documentos complementares identificados pela Administração e seus assessores jurídicos, que formataram os documentos em um relatório que indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez”.

“A companhia confia na competência de todas as autoridades envolvidas nas apurações e investigações, à frente das conduções de delações homologadas já em segredo de justiça, que devem trazer ainda mais robustez às já contundentes provas apresentadas. A Americanas reforça que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e que irá responsabilizar judicialmente todos os envolvidos na fraude.”

Até o momento, a defesa do ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez não se manifestou sobre a iniciativa da Americanas, assim como o Bradesco. O espaço segue aberto.

Ex-CEO sobe o tom contra Americanas

Como noticiado pelo Metrópoles nesta segunda-feira (11/9), Miguel Gutierrez afirmou, em depoimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Polícia Federal (PF) que nenhuma decisão estratégica era tomada sem o consentimento do trio de acionistas de referência da empresa – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

As afirmações de Gutierrez constam de um depoimento gravado no dia 16 de março. Pouco mais de três meses depois, em 21 de junho, o ex-CEO da Americanas reiterou sua versão à PF.

Na semana passada, Gutierrez já havia encaminhado uma carta à CPI da Americanas, na Câmara dos Deputados, na qual afirma que os atuais diretores da companhia vêm tentando blindar o trio bilionário de acionistas.

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