Americanas: “Não havia predisposição para explicar” rombo, diz Rial

Sérgio Rial, ex-CEO da Americanas, participa de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (28/3)

atualizado 28/03/2023 10:23

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imgem colorida depoimento ex-CUO Americanas Sergio Rial - Metrópoles Geraldo Magela/Agência Senado

O ex-CEO da Americanas Sergio Rial, que participa nesta terça-feira (28/3) de um audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, disse ter encontrado muitas dificuldades para receber informações sobre a real situação financeira da companhia, no curto período em que comandou a varejista.

Rial assumiu a presidência da Americanas no início de janeiro, sucedendo Miguel Gutierrez, que comandou a empresa por 20 anos. O ex-CEO deixou o cargo apenas 10 dias após assumir o posto, quando veio à tona o rombo contábil na companhia, inicialmente estimado em R$ 20 bilhões.

“Não havia uma predisposição para explicar tudo o que aconteceu. O que eu sabia é que a empresa tinha muito mais dívida bancária do que tinha sido reportado”, afirmou Rial aos senadores.

“Aquilo que era dívida bancária não estava devidamente contabilizado na rubrica ‘bancos’. Ou seja, a dívida bancária da empresa, que no terceiro trimestre era de R$ 19 bilhões, se tornou R$ 36 bilhões. A partir daquele momento, eu tinha absoluta consciência de que a empresa tinha uma estrutura patrimonial de insolvência. Era uma revelação grave”, relatou Rial.

Em sua fala inicial na comissão, o ex-CEO da Americanas disse ainda que Gutierrez não fez questão de integrá-lo à empresa durante o processo de transição. Ele não foi convocado para algumas reuniões no fim do ano passado. “O presidente anterior não fez a sua sucessão, como havia sido imaginado. Houve uma preocupação muito grande de que não houvesse dualidade de liderança”, afirmou Rial.

O ex-presidente da Americanas ressaltou o fato de ter escolhido um novo diretor financeiro para a empresa, André Covre (ex-Grupo Ultra), que teria ficado “em choque” ao ser informado sobre o rombo financeiro da varejista.

“Os próprios diretores revelaram ao então diretor financeiro a mesma informação que me foi revelada. Ele (Covre) reagiu em choque, extremamente atônito, e sugeriu que se apresentasse um balancete demonstrando corretamente como seria a conta-fornecedor”, disse Rial.

A Americanas entrou em recuperação judicial e está mergulhada em dívidas de R$ 42,5 bilhões.

Além de Rial, também foram convidados pela comissão Leonardo Coelho Pereira, atual CEO da Americanas; Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban); e João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Gutierrez não foi encontrado pelos responsáveis pela convocação. Representantes da empresa que fez as auditorias da Americanas, a PwC, foram convidados, mas não compareceram à audiência.

Segundo a Americanas, a lista de credores da empresa é formada por 9.713 nomes (pessoas físicas e jurídicas). A dívida acumulada da companhia é de R$ 42,5 bilhões.

Acompanhe abaixo a audiência no Senado sobre a crise na Americanas

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