Alta de energia com fim do bônus de Itaipu puxa inflação para cima

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE em agosto, seis tiveram alta de preços. Energia elétrica residencial sobe 4,59%

atualizado 12/09/2023 10:38

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A alta da energia elétrica residencial foi responsável pela maior influência no resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, em agosto.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação ficou em 0,23% no mês passado, confirmando o cenário de aceleração do índice neste segundo semestre.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE em agosto, seis tiveram alta de preços.

O maior impacto positivo (0,17 ponto percentual) e a maior variação (1,11%) vieram do grupo de habitação. Destacam-se, ainda, as altas de saúde e cuidados pessoais (0,58%) e transportes (0,34%).

Pelas quedas, o grupo alimentação e bebidas caiu pelo terceiro mês consecutivo (-0,85%). Os demais ficaram entre -0,09% (comunicação) e 0,69% (educação).

A principal influência no resultado de agosto veio de habitação, com destaque para os preços da energia elétrica residencial, com alta de 4,59% e impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.

“O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explica o gerente do IPCA/INPC, André Almeida.

Além do fim da incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas do mês anterior, houve reajustes em quatro capitais: Vitória (9,64%), Belém (8,84%), São Luís (7,03%) e São Paulo (3,94%).

Ainda no segmento de habitação, a alta da taxa de água e esgoto foi de 0,19% e também pesou no índice.

Em saúde e cuidados pessoais, a aceleração de 0,58% se deve à alta de preços dos itens de higiene pessoal, que passaram de -0,37% para 0,81% entre julho e agosto. Também subiram os produtos para pele (4,50%) e os perfumes (1,57%).

Combustíveis

Outro componente importante para o IPCA de agosto é o grupo de transportes (0,34%), com altas do carro novo (1,71%) e da gasolina (1,24%).

Em relação aos demais combustíveis (0,87%), o óleo diesel avançou 8,54%, enquanto o etanol (-4,26%) e o gás veicular (-0,72%) recuaram. Depois da alta de 4,97% em julho, as passagens aéreas caíram 11,69% em agosto.

Veja a variação de todos os grupos pesquisados:

  • Habitação: 1,11%
  • Educação: 0,69%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,58%
  • Vestuário: 0,54%
  • Despesas pessoais: 0,38%
  • Transportes: 0,34%
  • Artigos de residência: -0,04%
  • Comunicação: -0,09%
  • Alimentação e bebidas: -0,85%
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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país

KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images
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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda

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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles

Javier Ghersi/ Getty Images
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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras

boonchai wedmakawand/ Getty Images
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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas

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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda

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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros

Adam Gault/ Getty Images
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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas

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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido

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