Zelensky reclama de demora da Otan para adesão da Ucrânia: “Absurdo”

Cúpula da Otan começa nesta terça-feira (11/7), em Vilnius, na Lituânia. Guerra na Ucrânia e adesão sueca estão na pauta da aliança militar

atualizado 11/07/2023 10:46

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a cobrar nesta terça-feira (11/7) que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) formalize um convite para a entrada do país na aliança militar. Segundo o mandatário, é algo “absurdo” que ainda não haja um prazo definido para adesão da Ucrânia ao grupo.

“É sem precedentes e absurdo que não tenha sido definido um prazo nem para o convite nem para a adesão da Ucrânia. Ao mesmo tempo, palavras vagas sobre ‘condições’ são usadas para falar de um convite à Ucrânia”, afirmou Zelensky.

Os líderes de todos os países-membros da Otan estão reunidos nesta terça em Vilnius, na Lituânia, para uma das principais cúpulas do bloco, que vai avaliar a entrada da Suécia e da Ucrânia na aliança.

A expectativa, porém, é que o grupo adie a abertura da candidatura para Kiev, sob o argumento de que isso poderia aumentar o risco de uma terceira guerra mundial. Há, no código da Otan, um artigo que prevê a mobilização de todos os aliados para defender um de seus membros.

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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

A caminho da reunião, Zelensky cobrou um posicionamento da Otan e enfatizou ter sido informado sobre discussões estarem ocorrendo sobre ucranianos, sem a presença de um representante da nação. Ele citou, inclusive, debates sobre a adesão de novos membros.

“A Ucrânia estará representada na cúpula da Otan em Vilnius. Porque se trata de respeito. Mas a Ucrânia também merece respeito. Agora, a caminho de Vilnius, recebemos sinais de estão ocorrendo certas discussões sem a Ucrânia”, prosseguiu o mandatário.

“Parece que não há disposição nem para convidar a Ucrânia para a Otan nem para torná-la membro da aliança”, frisou.

Segundo ele, a decisão de postergar a participação do país na aliança militar significa que uma janela de oportunidade está sendo deixada para negociações com a Rússia. O que significaria, para o governo de Vladmir Putin, “uma motivação para continuar seu terror”.

“Incerteza é fraqueza. E vou discutir isso abertamente na cúpula”, prometeu.

Otan e a Ucrânia

Apesar de não ser membro, o país é um parceiro da Otan, e este status confere algum nível de proteção entre os outros membros, o que lhes garantiu injeção de armamento enquanto enfretam os russos. Inclusive, os ucranianos pleiteavam entrada no grupo, o que foi um dos motivos para a invasão russa.

O temor russo era ter em seu “quintal” uma presença forte de um país associado aos EUA com o selo da Otan. O Kremlin tenta impedir que bases militares ocidentais sejam criadas para, eventualmente, serem usadas contra a Rússia no futuro.

Por outro lado, países-membro liderados pelos Estados Unidos avaliam que a entrada da Ucrânia durante a guerra resultaria em sérios riscos à estabilidade mundial, abalada pelo conflito com Moscou.

Zelensky, no entanto, esperava que a Otan oferecesse uma via rápida de entrada – isso porque, para ingressar na aliança militar, o país deve cumprir uma série de requisitos e esperar a votação por unanimidade dos países membros, em um processo que pode levar até dois anos.

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