Pelo menos 150 pessoas foram presas na França, na madrugada desta quinta-feira (29/6), durante a segunda noite de protestos por conta da morte de um adolescente de 17 anos, baleado na terça-feira (27/6), durante uma abordagem policial em Nanterre, subúrbio a oeste de Paris.
O presidente francês, Emmanuel Macron, presidirá uma reunião de crise do governo esta manhã, em meio às manifestações e atos de vandalismo em todo o território.
Nas redes sociais, o líder francês defendeu que “a violência contra delegacias, escolas, prefeituras e contra a República é injustificável”. Ele agradeceu à polícia e demais representantes das forças de segurança mobilizados durante as operações da noite. “Meditação, Justiça e calma devem nortear as próximas horas”, escreveu.
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, chamou o segundo levante, nessa quarta (27/6), de “uma noite de violência insuportável contra os símbolos da República: prefeituras, escolas, delegacias de polícia incendiadas ou atacadas”. Ele confirmou o número de detenções.
Os manifestantes lançaram fogos de artifício contra a polícia, incendiaram carros e prédios públicos em bairros da capital francesa, na cidade de Toulose, a sudoeste do país, e em municípios do norte. Também foram registrados protestos em Amiens, Dijon e St Ettiene, além da região metropolitana de Lyon.
Veja:
Probably one of the most violent nights I have covered in 7 years of protests and urban violence. #Nanterre
Thank you all for the follow up tweets and pictures over the past few nights. 🙏 pic.twitter.com/2BSwvb9R4b
— CLPRESS International (@CLPRESS_Int) June 29, 2023
🔴🔥 [20H20] Situation explosive à #Toulouse
⚠️ La tension ne redescend pas, de nombreux feux. #Nahel #Nanterre pic.twitter.com/FqUdaJ5DRm
— Perkut (@PerkutMedia) June 28, 2023
The #French cities of #Nanterre, #Toulouse, and #Lyon last night were like scenes from the #Apocalypse. Large-scale protests turned into clashes with the police and riots. A wave of indignation has swept the French nation following the murder of a teenager by a policeman. pic.twitter.com/MFyyjxjNwU
— DaV_ID (@DaRu_2010) June 29, 2023
🔴 ALERTE – Les CRS doivent quitter le quartier #PabloPicasso sous les projectiles.
Leur camion sont caillassés. Ils ne peuvent plus rentrer dans le quartier. pic.twitter.com/BhpOHFvSvu
— Clément Lanot (@ClementLanot) June 29, 2023
Barricadas, ônibus e várias delegacias de polícia foram queimadas nos arredores de Paris. As prefeituras de Garges-lés-Gonesse, nos arredores da capital francesa, e Mons-en-Barœul, ao norte do país, foram incendiadas. A cidade de Nanterre também teve vários focos de incêndio criminoso.
Cerca de 2 mil policiais da tropa de choque foram mobilizados dentro e ao redor de Paris na noite de quarta-feira (27). Os manifestantes entraram em confronto com agentes e atiraram fogos de artifício contra a polícia.
“Justiça por Nahel”
Uma onda de protestos tomou conta da França, desde a última quarta-feira (28/6), após a morte do jovem Nahel, de 17 anos, baleado com tiros no peito pela polícia após desobedecer a ordem de parar o veículo. O agente acusado de efetuar os disparos foi detido por homicídio.
Nahel é a segunda pessoa este ano na França a ser morta em um tiroteio policial durante uma blitz de trânsito. No ano passado, 13 pessoas morreram nas mesmas circunstâncias, um recorde para o país.
Outras duas pessoas estavam no carro no momento do tiroteio – uma fugiu enquanto outra, também menor de idade, foi detida e detida pela polícia.