A partir de 1º de setembro o uso comercial de patinetes elétricos em Paris, na França, será proibido. A decisão foi anunciada pela prefeita Anne Hidalgo, nesse domingo (2/3), quando, através de referendo, 89,03% dos eleitores votaram contra os veículos. Assim, a cidade passa a ser a primeira capital de um país europeu a proibir que patinetes sejam alugados e usados como meio de transporte.
No entanto, o baixo índice de comparecimento chamou a atenção: apenas 7,46% da população parisiense foi às urnas. Das 1.382.322 pessoas inscritas nas listas eleitorais parisienses, 103.084 eleitores participaram da votação.
Para contar com o apoio do público-alvo – os jovens -, as três operadoras que alugam patinetes elétricos na cidade, Lime, Tier e Dott, solicitaram a realização de uma votação on-line. Porém, Hidalgo negou o pedido e ainda fez campanha contra.
A prefeita afirmou que a votação foi “um grande sucesso democrático” para Paris. Por outro lado, o ministro do Transporte da França, Clément Beaune, chamou a consulta popular de um “enorme fracasso democrático”.
Só no ano passado, Paris registrou 408 acidentes com patinetes elétricos e meios de transporte semelhantes. Sete pessoas morreram nos acidentes e outras 459 ficaram feridos. As três operadoras estimam que seus serviços de aluguel são usados por cerca de 400 mil pessoas por dia.
De acordo com comunicado da prefeitura parisiense, os contratos com as empresas terminam em 31 de agosto. “Sua mensagem muito clara agora se torna nosso roteiro. Com minha equipe, seguiremos com a decisão deles, como prometi”, disse Hidalgo.
Após a proibição, o uso privado de patinetes elétricos continua liberado na cidade, mas estarão acessíveis apenas para quem puder comprá-los. O valor de um objeto varia de € 300 a € 400 (cerca de R$ 1.650 a R$ 2,2 mil).
O deputado de Paris Sylvain Maillard acredita que os jovens parisienses “são os grandes perdedores nesta votação binária organizada por um município que decidiu opor uma geração à outra”. Ele também criticou a votação, chamando de “gigantesco fiasco democrático”.
🛴🛴🛴 Moins de 8% de participation, aucune campagne organisée, pas de vote en ligne ni procuration, très peu de bureaux, et un choix binaire sans aucune solution apportée : la votation sur les trottinettes en free-floating est un gigantesque fiasco démocratique.
Les… pic.twitter.com/LYW9zrH6sj
— Sylvain Maillard (@SylvainMaillard) April 2, 2023
Desde 2018, o aluguel dos patinetes está disponível em Paris. Mas, dois anos depois, a Prefeitura de Paris reduziu o número de operadoras a três devido a um grande número de reclamações sobre o meio de transporte. E, também, impôs um limite de velocidade de 20 km/h para os veículos e criar áreas de estacionamento.
