O papa Francisco pediu nesta quinta-feira (23/2) a revogação de sanções que impeçam o auxílio humanitário às populações atingidas pelos terremotos no Oriente Médio. “Espero que tudo seja feito pelo povo, que não haja motivos ou sanções que impeçam o socorro urgente e necessário à população”, disse durante um encontro com padres ortodoxos orientais, informou o Vatican News.
O pedido faz referência à Síria, que além de sofrer com os abalos desde o dia 6, tem questões políticas internas e externas particulares.
“Alguns de vocês vêm da Síria tribulada. Gostaria de expressar uma particular proximidade a esse querido povo, provado não só pela guerra, mas também pelo terremoto que, como na Turquia, causou tantas vítimas e terríveis devastações”, disse o pontífice.
De acordo com as informações da Al Jazeera nesta manhã, o número de mortos pelos desastre na Turquia e na Síria chega a quase 50 mil.
Na segunda-feira (20/2), a região de fronteira entre a Turquia e a Síria foi novamente atingida por um terremoto, dessa vez com magnitude de 6,3 graus. O abalo sísmico ocorreu duas semanas depois do tremor considerado o pior das últimas décadas, que deixou milhares de mortos.
O Centro Sismológico Europeu do Mediterrâneo (EMSC) afirma que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 2 km. O abalo provocou pânico na região, que ainda enfrenta os impactos do tremor de 6 de fevereiro – nessa data, o tremor foi de 7,8 graus na escala Richter. A informação foi divulgada pelo chefe da Autoridade Turca de Gerenciamento de Emergências e Desastres (Afad), Yunis Sezar.
Diálogo
Apesar da Síria ser um país de maioria muçulmana, um de seus principais aliados é a Rússia, de natureza católica ortodoxa. A mensagem do papa aos ortodoxos orientais estabelece uma conexão para que a viabilidade de corredores humanitários possam ser viabilizados para que a ajuda chegue em Harim, Salqin e Ma’arrat Misrin, regiões localizadas no Noroeste da Síria.
A Síria de Bashar al-Assad é um país aliado da Rússia de Vladimir Putin, hoje um inimigo do ocidente. A fala do papa defende um cessar dessas questões pelo bem-estar dos atingidos pela catástrofe.
