O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu que a comunidade internacional envie 397 milhões de dólares (R$ 1,7 bilhão) para ajuda humanitária aos 5 milhões de sobreviventes do terremoto que atingiu a Síria, no início deste mês.
Guterres afirmou, nessa terça-feira (14/2), que a tragédia causada pelo tremor de terra “é uma das piores da memória recente” e que “todos sabemos que a ajuda para salvar vidas não está chegando na velocidade e na escala necessárias”.
Ele emendou que o montante fornecerá “alívio desesperadamente necessário para salvar vidas de quase 5 milhões de sírios – incluindo abrigo, assistência médica, comida e proteção” por três meses.
A localidade mais afetada pelo abalo sísmico, na região noroeste da Síria, é dominada por rebeldes — o que torna problemáticos o resgate e a ajuda humanitária aos atingidos pelo desastre. Segundo a ONU, as vítimas sírias receberam pouca assistência em razão dos 12 anos de guerra civil no país.
Mesmo sob escombros após terremoto, Turquia e Síria seguem em conflito
Autoridades dos dois países estimam que pelo menos 41 mil pessoas morreram e outras milhares ficaram feridas após o terremoto que atingiu a Síria e a vizinha Turquia em 6 de fevereiro.
Diante da tragédia, o secretário-geral da ONU pressionou a comunidade internacional para que forneça o financiamento de emergência com agilidade.
“O sofrimento humano causado por este épico desastre natural não deve ser agravado por obstáculos criados pelo homem – acesso, financiamento, suprimentos”, frisou.
Região em conflito
A fala de Guterres ocorreu um dia após a ONU firmar um acordo com o presidente sírio, Bashar Assad, para abrir dois novos pontos de passagem da Turquia, por um período inicial de três meses.
A ONU foi autorizada a adentrar o território e fornecer ajuda humanitára à área noroeste de Idlib por meio de uma única travessia em Bab Al-Hawa após insistência da Rússia, aliada da Síria.
Guterres anunciou que um comboio de 11 caminhões está a caminho para passar por um dos cruzamentos recém-abertos em Bab Al-Salam, “com muitos mais por vir”. Ele disse que o segundo novo cruzamento em Al Raée também está aberto, “e as mercadorias estão fluindo”.
