Ocupantes do submarino Titan “não sentiram a morte”, diz especialista

Implosão do submarino teria ocorrido em uma fração de milissegundo, antes que os passageiros percebessem que algo estava errado

atualizado 23/06/2023 13:10

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Imagem colorida mostra Submarino usado na visita ao naufrágio do Titanic - Metrópoles OceanGate/Divulgação

Os ocupantes do submarino Titan sequer teriam percebido a implosão do veículo, segundo especialista. A pressão no veículo submersível era enorme em uma profundidade tão grande, fazendo com que a implosão acontecesse em uma fração de milissegundo, de acordo com Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora de medicina de catástrofes da Universidade Internacional da Flórida, em entrevista à emissora americana CNN.

A especialista afirmou que o cérebro humano não é capaz de entender a situação tão rapidamente. “A coisa toda teria colapsado antes que as pessoas lá dentro percebessem que havia um problema”, afirmou.

Em uma implosão, um objeto colapsa repentinamente se a pressão externa for maior que a interna. O fenômeno ocorre na proporção de forças inversa à de uma explosão. Basta o menor defeito estrutural para desencadear tal catástrofe em uma grande profundidade.

Os ocupantes do Titan morreram, de certa forma, sem saberem que iriam morrer, segundo Marty. “Em última análise, entre as muitas maneiras das quais podemos morrer, essa foi indolor.”

A Guarda Costeira dos EUA anunciou na quinta-feira (22/6), após dias de buscas intensas, que a quase 500 metros da proa do naufrágio do Titanic fragmentos de detritos foram encontrados a uma profundidade de cerca de 3.800 metros. Eles pertencem ao Titan, desaparecido com cinco pessoas a bordo. A Guarda Costeira falou de uma “implosão catastrófica” que matou os ocupantes do veículo.

Apesar de chamado popularmente de submarino, o Titan tecnicamente era um submersível. A diferença fundamental é que um submersível tem potência e alcance mais limitados que um submarino convencional.

O vendedor de jatos particulares

Um dos cinco ocupantes do submersível, o empresário britânico Hamish Harding, 58 anos, estava familiarizado com explorações extremas como a realizada nos destroços do Titanic. Além de suas aventuras, sobre as quais ele contava nas redes sociais, poucos detalhes são conhecidos sobre a carreira e a fortuna do CEO da empresa de vendas de jatos particulares Action Aviation, fundada em 2004.

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O submarino levava cinco pessoas aos destroços do Titanic

OceanGate/Divulgação
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Submarino usado na visita ao Titanic tinha capacidade para cinco pessoas em espaço apertado, o que poderia gerar sensação de claustrofobia

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Shahzada Dawood é um dos ocupantes do submarino

Engro/Divulgação
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O bilionário Hamish Harding está no submarino desaparecido

Reprodução / Redes sociais
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Paul Henri Nargeolet é um renomado explorador francês

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Destroços e pedaços da popa do navio Titanic, naufragado em 1912

Reprodução/Atlantic Productions/Magellan
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A proa do Titanic permanece reconhecível após mais de 100 anos de naufrágio

Reprodução/Atlantic Productions/Magellan
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O Titanic naufragado

Divulgação/OceanGate Expeditions

Formado em ciências naturais e engenharia química pela Universidade de Cambridge, Harding viajou ao espaço há um ano a bordo do foguete New Shepard da Blue Origin, em um voo de dez minutos que marcou a quinta missão tripulada bem-sucedida da empresa de Jeff Bezos.

Harding apareceu várias vezes no Guinness Book of Records. Entre suas façanhas, em março de 2021 ele submergiu com outro explorador, Victor Vescovo, às profundezas da Fossa das Marianas, a parte mais profunda dos oceanos conhecida até hoje, a bordo de um submersível de dois lugares. Esta missão foi a mais longa realizada a tal profundidade (4 horas e 15 minutos) e a com a maior distância percorrida (4,6 mil metros).

Ele e a esposa, Linda, tiveram dois filhos. Um deles, Giles, se tornou a pessoa mais jovem a viajar para o Polo Sul aos 12 anos, em 2020, relata o jornal The Times.

O cientista francês

O francês Paul-Henri Nargeolet, 77, era especialista em mergulho e arqueólogo marítimo. Um explorador de águas profundas, ele foi oficial da Marinha na primeira fase de sua carreira. Ele liderou o grupo de mergulhadores de remoção de minas em Cherbourg,no noroeste da França, antes de se tornar piloto de submarino da Marinha Francesa. Mais tarde se dedicou à arqueologia marítima e escavou vários naufrágios.

Em 1986, foi nomeado chefe de submarinos de intervenção em alto mar no Instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar (Ifremer). Um ano antes, uma equipe liderada pelo cientista americano Robert Ballard, em colaboração com Ifremer, havia encontrado os destroços do Titanic.

Já em 1987, Nargeolet viu destroços do Titanic a bordo do submarino francês Nautile. Dezenas de mergulhos se seguiram, nos quais várias centenas de objetos foram encontrados. Os últimos aconteceram em meados de 2021.

Empresário paquistanês e filho

Um proeminente empresário paquistanês e seu filho também estavam a bordo do submersível. Eles eram Shahzada Dawood, 48, vice-presidente do conglomerado Engro, com sede em Karachi, no sul do Paquistão, e seu filho Suleman, 19, ambos cidadãos britânicos. A Engro tinha investimentos em vários setores de negócios: energia, agricultura, petroquímica e telecomunicações.

O chefe da expedição, empresário, guia e capitão

A quinta pessoa a bordo era o americano Stockton Rush, diretor da OceanGate Expeditions, empresa organizadora da viagem e que ele fundou em 2009.

A companhia do homem descrito pela revista Smithsonian como um “inventor temerário”, começou a levar clientes para ver os restos do Titanic a bordo de seu submersível especialmente construído para isso em 2021. Rush disse que o a visita ao naufrágio era parte de uma estratégia de marketing enquanto ele tentava desenvolver inovações para embarcações submersíveis.

Segundo o site de sua empresa, o americano começou a carreira em 1981 como o mais jovem piloto de transporte a jato do mundo, aos 19 anos. Em 1984, se tornou engenheiro de testes de voo em caças F-15 da McDonnell Douglas. Mas nos últimos 20 anos ele se envolveu com várias empresas de tecnologia relacionadas aos mares, incluindo a BlueView Technologies, que fabrica pequenos sistemas de sonar de alta frequência.

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