O governo de Israel espera receber, neste sábado (25/11), a segunda leva de reféns libertados pelo Hamas após acordo fechado no fim da semana. Conforme os termos estabelecidos entre ambas as partes, o grupo deve ser formado por 12 ou 13 israelenses, todos mulheres e crianças. Em troca, Israel cessou os bombardeios e as incursões terrestres na Faixa de Gaza.
De acordo com a mídia israelense, o país tem em mãos a lista de reféns a serem liberados no sábado. O documento preparado pelo Hamas teria 13 nomes, em grande parte de crianças. A identidade de cada uma das vítimas só deve ser revelada após elas serem resgatadas.
Nesta sexta (24/11), o dia foi marcado pela libertação do primeiro grupo de reféns, formado por 13 mulheres e crianças israelenses. Os extremistas também permitiram a saída de 10 tailandeses e um filipino, que deixaram o cativeiro após negociações com os governos de seus países.
O acordo entre Israel e Hamas prevê a libertação de 50 dos cerca de 240 reféns capturados. O combinado entre os dois lados da guerra é que a libertação seja gradual, portanto, em levas de 12 a 13 pessoas em cada um dos quatro dias de trégua.
Retorno a Israel
O grupo libertado nesta sexta é formado por quatro crianças – na faixa dos 2 aos 9 anos de idade – e nove mulheres, sendo que seis delas têm idades acima dos 70 anos. Uma das reféns libertadas é Chana Katzir, que havia sido declarada morta pela Jihad Islâmica Palestina.
Nesta sexta, os extremistas do Hamas entregaram o grupo, junto aos filipinos e ao vietnamita, ao Comitê da Cruz Vermelha Internacional. Nas viaturas da organização, deixaram Gaza, rumo ao território do Egito. De lá, retornaram a Israel, onde foram recebidos pelas tropas e destinados a cuidados médicos.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel divulgou a relação de nomes:
- Doron Katz-Asher (34 anos)
- Raz Asher (4)
- Aviv Asher (2)
- Danielle Aloni (45)
- Emilia Aloni (5)
- Ruth Munder (78)
- Keren Munder (54)
- Ohad Munder (9)
- Adina Moshe (72)
- Chana Katzir (76)
- Margalit Mozes (77)
- Chana Peri (79)
- Yaffa Adar (85)
Paralelamente aos trâmites de retorno dos reféns, o governo de Israel libertou 39 palestinos presos e detidos, entre mulheres e adolescentes. O grupo compõe uma lista de 150 pessoas que terão o mesmo destino, com base no acordo.
Interrupção na guerra
O cessar-fogo tem previsão de durar até a próxima segunda-feira (27/11). É a primeira vez que o conflito é interrompido desde 7 de outubro, quando o Hamas promoveu um ataque a Israel por via terrestre, o que rendeu uma série de retaliações à Faixa de Gaza. Já são mais de 14 mil mortos, somados os dois lados.
O acordo entre Israel e Hamas teve apoio do governo do Catar e dos Estados Unidos (EUA) para ser costurado, num momento em que Israel sofre pressões por medidas para libertar os reféns e por ações que contenham a crise humanitária que se instalou no território palestino.
O presidente dos EUA, Joe Biden, comentou a libertação do primeiro grupo de reféns. “A libertação de hoje é o início de um processo. Esperamos que mais reféns sejam libertados amanhã, e mais no dia seguinte, e mais no dia seguinte a esse também. Nos próximos dias, esperamos que dezenas de reféns sejam devolvidos às suas famílias”, afirmou.
“Nós também não vamos parar até trazer esses reféns para casa”, pontuou. O presidente dos EUA acrescentou que a pausa humanitária é uma oportunidade “crítica” para entregar combustível, medicamentos, água, comida e todo material essencial aos civis de Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o governo está empenhado no retorno de todos os reféns, e que esse é um dos objetivos da guerra. Em coletiva de imprensa na quarta (22/11), o premiê disse que, além da libertação, Israel mira destruir o Hamas e garantir que não haverá novos grupos que ameacem o país.
A trégua, nesse sentido, não representará o fim do conflito. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, informou, nessa quinta (23/11), que os “combates intensos” devem durar pelo menos mais dois meses após a trégua para a libertação de reféns que teve início nessa sexta.