O extremista de direita Javier Milei, 52 anos, foi o grande vencedor das Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias da Argentina (Paso), que indicam os representantes que vão concorrer no primeiro turno da eleição presidencial, no dia 22 de outubro. “Viva a liberdade. Essa eleição representa o fim do kirchnerismo e da casta política”, afirmou o candidato da chapa Juntos Pela Mudança.
Nesse domingo (13/8), Milei recebeu 30% dos votos (92% das urnas totalizadas), seguido pela coalizão Juntos pela Mudança, fundada pelo ex-presidente Mauricio Macri (28%), e pela coalizão governista União pela Pátria (27%), do ministro da Economia, Sergio Massa, e o líder social de esquerda Juan Grabois.
Pela Paso, os três grupos deverão concorrer em 22 de outubro.
No discurso após os primeiros resultados, Milei garantiu que vai “acabar com a casta política parasitária, corrupta e inútil que existe neste país”. “Hoje demos o primeiro passo para a reconstrução da Argentina. Uma Argentina diferente é impossível com as mesmas pessoas de sempre”, apontou.
Extremista com opiniões extravagantes
Admirador do norte-americano Donald Trump e apoiador incondicional do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Milei tem opiniões bem extravagantes em todas as áreas. Ele propõe, por exemplo, a extinção do Banco Central da Argentina e de planos sociais, a facilitação da posse de armas e o fim da educação sexual nas escolas. O político também diz não acreditar na crise climática.
A votação mostra a revolta da população argentina com a atual situação financeira do país, que apresenta inflação anual acima dos 100%, plena desvalorização da moeda local e escalada da pobreza. O discurso forte de Milei contra o establishment, semelhante ao que aconteceu com políticos no Brasil, nos EUA e no Reino Unido, entre outras nações, chamou a atenção dos eleitores.
