As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram uma operação “precisa e direcionada” no interior do maior hospital de Gaza, na noite desta terça-feira (14/11), pelo horário de Brasília. De acordo com comunicado, as tropas têm como alvo o hospital de Al-Shifa.
“As FDI estão conduzindo uma operação terrestre em Gaza para derrotar o Hamas e resgatar reféns. Israel está em guerra com o Hamas, não com os civis de Gaza”, destaca a nota divulgada pelo Telegram.
De acordo com as FDI, entre as tropas estão médicos e falantes de árabe, que passaram por treinamento específico para prepará-los ao ambiente. As tropas acrescentaram que, na segunda-feira (13/11), determinou que todas as atividades militares do Hamas fossem cessadas na unidade, o que não teria sido cumprido.
“Nas últimas semanas, as FDI alertaram publicamente repetidas vezes que o uso militar continuado do hospital de Shifa pelo Hamas põe em risco o seu estatuto protegido pelo direito internacional, e permitiu tempo suficiente para pôr fim a este abuso ilegal do hospital”, diz.
O Hamas e funcionários das autoridades de saúde em Gaza negaram que o grupo extremista estaria lá. Mas as FDI garantem que há indícios, como os encontrados no Hospital Rantisi, no início desta semana.
Por outro lado, Israel anunciou ter entregado equipamentos e suprimentos médicos essenciais, como incubadoras para bebês e comida.
De acordo com a agência de notícias Al Jazeera, um médico do hospital afirmou que 650 pacientes seguem na unidade de saúde. Além disso, ele garantiu que a unidade de saúde abriga de 2 mil a 3 mil pessoas deslocadas, bem como 700 médicos e administradores.
Na segunda-feira (13/11), tropas israelenses trocaram tiros com membros do Hamas na entrada do hospital Al-Quds, na cidade de Gaza. A ação resultou na morte de 21 membros do grupo extremista.
Comunicado divulgado pelas FDI afirma que o tiroteio teria sido iniciado por um “esquadrão terrorista que se incorporou em um grupo de civis na saída do hospital”. O texto alega que a situação comprova o uso do Hamas de estruturas civis, incluindo hospitais, para realizar ataques.
Organizações se dizem preocupadas com operação de Israel em hospital
A invasão de Israel ao Hospital Al-Shifa fez com que organizações pelo mundo demonstrassem preocupação. Caso da Cruz Vermelha, que manifestou alarme.
“Estamos extremamente preocupados com o impacto nas pessoas doentes e feridas, no pessoal médico e nos civis”, afirmou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em comunicado enviado à AFP. “Todas as medidas para evitar quaisquer consequências sobre eles devem ser tomadas”, apontou o documento.
Já o chefe de ajuda humanitária da ONU, Martin Griffiths, afirmou em sua conta no X que “hospitais não são campos de batalha”. Ele se disse “horrorizado” com a situação.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, também no X, escreveu que “os relatórios de incursão militar no Hospital al-Shifa são profundamente preocupantes”.
“Perdemos contato novamente com o pessoal de saúde do hospital. Estamos extremamente preocupados com a segurança deles e de seus pacientes”, apontou Adhanom.