Ex-premiê do Paquistão é preso por vender presentes de Estado

Imran Khan foi condenado a 3 anos de prisão por corrupção após vender ites de luxo presenteados por líderes estrangeiros durante viagens

atualizado 05/08/2023 18:15

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imgem colorida Imran Khan ex-premie do paquistão - metrópoles Drew Angerer/Getty Images

O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan foi preso, neste sábado (5/8), após ser condenado a três anos de prisão por corrupção, acusado de vender ilegalmente presentes de posse do Estado oferecidos por líderes estrangeiros.

Esses itens foram apresentados a Khan durante as visitas do então líder ao exterior e valeriam mais de 140 milhões de rúpias paquistanesas, o equivalente a mais de R$ 3 milhões.

O caso foi o primeiro investigado por uma comissão eleitoral, que o considerou culpado de usar temporariamente o cargo de chefe de Governo para comprar e vender presentes do Estado.

Durante meses, jornais paquistaneses publicaram uma série de reportagens sobre o escândalo, afirmando que Khan e sua esposa recebiam presentes luxuosos durante viagens que incluíam relógios, joias, bolsas de grife e perfumes.

Funcionários do governo devem declarar todos os presentes recebidos, podendo manter somente aqueles abaixo de um determinado valor ou comprado-los a um preço oficialmente acordado.

O veredito

Chefe de governo paquistanês entre 2018 e 2022 e líder do partido Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI), Khan não compareceu à audiência em um tribunal em Islamabad, capital do Paquistão. Além de três anos de prisão, ele foi multado em 100 mil rúpias (cerca de R$ 1.700).

O veredicto, cuja cópia foi compartilhada pela equipe jurídica de Khan e ao qual a agência de notícias AFP também teve acesso, dizia que ele era “considerado culpado de práticas corruptas por esconder intencionalmente os benefícios que acumulavam do tesouro nacional”.

“A desonestidade dele foi confirmada sem sombra de dúvida”, escreveu o juiz Humayun Dilawar na decisão. “Ele mencionou, ao fornecer informações sobre presentes que obtiveram do Toshakhana [repositório de presentes do Estado] que mais tarde se provaram falsas e imprecisas.”

Os advogados do PTI disseram que estão entrando com vários recursos para tentar anular o entendimento do magistrado e garantir a liberdade do cliente. “É uma decisão muito lamentável que foi tomada às pressas. Não fizeram Justiça, e o direito de defesa não foi concedido”, afirmou Gohar Khan, membro da equipe jurídica do ex-líder.

A prisão

Após a divulgação do veredicto, a polícia deteve Khan, que tem hoje 70 anos, na residência dele na cidade de Lahore. O chefe de polícia de Lahore, Bilal Siddique Kamiana, disse à agência de notícias Reuters que o ex-premiê foi transferido para a capital.

Segundo o mandado de prisão, ele cumprirá pena na Penitenciária Adiala, na cidade de Rawalpindi, nos arredores de Islamabad, capital do país.

Em maio, Khan chegou a ficar detido por alguns dias, provocando protestos de apoiadores de seu partido que levaram a confrontos violentos com a polícia. Após sua libertação, o PTI foi alvo de uma repressão com milhares de prisões, denúncias de intimidação e censura à imprensa.

Fora das eleições

No Paquistão, quem é condenado por um crime é impedido de disputar eleições. O Parlamento provavelmente será mantido nas próximas duas semanas antes de completar o período de mandato, com uma votação nacional a ser realizada, provavelmente, em meados de novembro.

Antiga lenda do críquete, Khan chegou ao poder em 2018 com uma onda de apoio popular, um discurso anticorrupção e o suporte do poderoso establishment militar. Em abril de 2022, foi afastado do cargo por meio de uma moção de desconfiança no Parlamento, que analistas afirmam ter relação com o fato de ele ter perdido o apoio dos principais generais.

Desde então, Khan foi alvo de mais de 150 processos judiciais, incluindo vários por suspeita de corrupção. Ele também foi acusado de terrorismo e de incitação à violência durante os protestos de maio, em que seus seguidores atacaram residências e militares em todo o país.

Repercussão nas redes

Imagens de Khan – ou mesmo menções a seu nome – são proibidas de serem transmitidas em canais de TV. Mas, ele continua muito popular e, no mês passado, um vídeo de estreia em sua conta pessoal do TikTok acumulou mais de 135 milhões de visualizações e 4,5 milhões de curtidas em 36 horas.

Após ser detido pela polícia neste sábado, uma declaração em vídeo gravada antes da prisão foi publicada em sua conta no Twitter, em que ele pede que seus apoiadores saiam às ruas.

“Meus compatriotas paquistaneses, eles terão me prendido e estarão na cadeia quando esta mensagem chegar até vocês. Tenho apenas um pedido e apelo: que não estivessem sentados em silêncio em casa”, disse o ex-primeiro-ministro.

“Esta é uma guerra por justiça, por seus direitos, por sua liberdade… as correntes não apenas caem, elas têm que ser quebradas. Vocês devem continuar protestando pacificamente até que obtenham seus direitos.”

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