Entre os reféns soltos pelo grupo Hamas nessa segunda-feira (23/10), está a israelense Yocheved Lifshitz, de 85 anos. “Eu não achava que chegaríamos a essa situação. Eles enlouqueceram”, afirmou Lifshitz após ser libertada, junto de sua vizinha e amiga Nurit Cooper, de 79 anos. Ambas se recuperam no hospital Ichilov, em Tel Aviv.
Lifshitz conversou com a imprensa local. Apesar de ficar cativa durante duas semanas, relatou ter sido bem tratada pelo médico que a visitou no período em que esteve no subsolo da Faixa de Gaza. Ela relatou, no entanto, que a situação é um pesadelo que continua se repetindo em sua mente. “Passei por um inferno, não pensávamos ou sabíamos que chegaríamos a essa situação. Foi difícil, mas vamos superar.”
O Hamas já havia libertado, na sexta-feira (20/10), duas reféns capturadas durante ataque a Israel: Judith Raanan e Natalie Raanan, respectivamente mãe e filha. Ambas têm cidadania americana e moram nos Estados Unidos. As duas estavam em Israel para participar do aniversário de um parente e celebrar datas importantes para os judeus.
Lifshitz disse que foi capturada na comunidade israelense (kibutz) Nir Oz e que os reféns do Hamas eram divididos em grupos de 25 pessoas, de acordo com o kibutz ao qual pertenciam. Ela afirma que percorreram inúmeros quilômetros após chegarem ao subsolo da Faixa de Gaza e que andaram por duas a três horas em uma “teia de túneis”. As informações são do Jerusalem Post.
“Eles explodiram a cerca que construímos por dois bilhões e meio de dólares. Eles atacaram nossas casas. Eles mataram e sequestraram velhos e jovens sem distinção. (…) Passamos pelos túneis até chegarmos a um grande salão. Éramos um grupo de 25 pessoas e eles nos separaram de acordo com o kibutz de onde éramos. Éramos cinco do kibutz Nir Oz”, explica Lifshitz.
Lifshitz ainda destacou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) não levaram a situação a sério e que, por isso, houve o atentado do grupo. “Há três semanas, massas chegaram à cerca. As FDIs não levaram isso a sério”, acusou. “Fomos deixados à própria sorte”, afirma.
Ela e o marido, Oded, de 83, anos, foram sequestrados de sua casa no kibutz Nir Oz. Ela é uma ativista pacífica que, junto ao marido, ajudou palestinos na Faixa de Gaza a terem acesso aos hospitais ao longo dos anos. Ele ainda é feito refém.