“Conflito de agendas” gerou desencontro de Lula e Zelensky, diz porta-voz ucraniano

Vice-chefe de Gabinete do presidente ucraniano defendeu que Zelensky passou apenas um dia no Japão, mas que reunião era esperada pelos dois

atualizado 24/05/2023 8:21

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Montagem com fotos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e do presidente Lula Montagem com fotos de Presidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images e Vinícius Schmidt/Metrópoles

O encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky, durante a cúpula do G7, no Japão, não ocorreu por conta de um “conflito de agendas”. Essa foi a explicação dada pelo vice-chefe de gabinete da Presidência da Ucrânia, Ihor Zhovkva, durante entrevista nesta terça-feira (23/5).

A explicação do porta-voz ucraniano vai de encontro à versão do governo brasileiro, que diz ter oferecido várias opções de horário a Zelensky, mas ele não compareceu. A reunião chegou a ser negociada e ocorreria no domingo (21/5,) mas o encontro acabou cancelado sem maiores explicações. Horas depois, Lula disse que esperou, porém, Zelensky não foi à agenda bilateral.

“Nada aconteceu com o presidente do Brasil. Na diplomacia, existe uma incompatibilidade de cronograma. Foi o que aconteceu”, declarou Zhovkva, em entrevista à rádio ucraniana Liberty.

Zhovkva enfatizou que o presidente da Ucrânia passou menos de 24 horas em Hiroshima. Ele também acredita que o encontro bilateral era um desejo tanto de Lula quanto de Zelensky. “Mas não deu certo, não nos conhecemos”, prosseguiu.

Desejo de ouvir o Brasil

Apesar do “desencontro”, ele frisou que a Ucrânia deseja ouvir a proposta de paz do Brasil. A próxima oportunidade de encontro entre os dois líderes pode ser na Cúpula de chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos e da União Europeia, em julho, na Bélgica.

“Acho que haverá uma oportunidade em plataformas internacionais relevantes para falar sobre como o Brasil realmente vê o que está acontecendo na Ucrânia. Se este país apresentar propostas de paz apropriadas, deve entender que essas propostas devem formar a base ou fazer parte do plano ucraniano, a fórmula ucraniana para a paz”, declarou.

O porta-voz ucraniano defendeu ainda que a proposta de paz deve ser do país. “Não pode haver ‘plano brasileiro’ para a paz na Ucrânia, nem ‘plano chinês’, nem ‘plano africano’, nem ‘plano vaticano’. Como a guerra está ocorrendo no território da Ucrânia, a fórmula para a paz deve ser apenas ucraniana”.

“Mudando o clima”

Zhovkva lembrou que, no início deste mês, o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, esteve em Kiev. Na ocasião, ele foi recebido pelo presidente Zelensky e outras autoridades do país.

Na mesma data, a Ucrânia nomeou o vice-chanceler ucraniano, Andrii Melnyk, como representante no Brasil. A embaixada estava sem titular desde antes do início da guerra, em fevereiro de 2022.

Melnyk é um dos vice-chanceleres da Ucrânia e responsável pelas Américas na diplomacia de Kiev. Ele também participou da visita de Amorim à capital ucraniana, e momentos antes do anúncio, publicou uma foto com Amorim nas redes sociais. Com a legenda: “Estamos mudando lentamente o clima entre a Ucrânia e o Brasil”.

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