A fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza foi aberta nesta quarta-feira (1°/11) para diversos estrangeiros, em uma lista que soma 480 nomes. Os brasileiros, contudo, não estão nela e isso tem causado desespero e frustração entre essas pessoas do grupo.
O corredor humanitário permitia a passagem de ajuda material desde o sábado (21/10). A passagem de 81 civis palestinos feridos também foi permitida.
A expectativa, no entanto, é de que hajam outras listas que permitam a passagem de estrangeiros, de acordo com informações do embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.
O presidente do Fórum Palestino no Brasil, Mohamad Kadri, afirmou ao Metrópoles que vê com preocupação a ausência do nome dos brasileiros na lista de estrangeiros que podem cruzar a fronteira do Egito com Gaza. “Israel não quer dar o aval para facilitar a saída dos brasileiros na Palestina”, afirmou. “O Brasil, ontem, lamentou a não permissão de se abrir um corredor humanitário, que era o mínimo que deveria ser feito, mas Israel não permitiu”, completou.
O Metrópoles entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Itamaraty, que não vê a situação como forma de “retaliação diplomática” por quaisquer governos na região. Contudo, há a constatação de um alto número de estrangeiros tentando cruzar a fronteira e a expectativa é que isso possa tornar o processo de saída da região um pouco mais lento.
Fontes do MRE afirmaram que há um esforço para que esses brasileiros na Faixa de Gaza sejam contemplados, em breve, com a saída – contudo, não há perspectiva de que sua passagem seja liberada nesta quarta-feira (1º/11). É válido ressaltar que o cenário no Oriente Médio tem mudado com rapidez, e que quaisquer atualizações podem ser feitas a qualquer momento.
Brasileiros com dificuldade para se comunicar
“Eu acredito que o governo federal não está fazendo o esforço para retirar os brasileiros daqui”, afirmou Hasan Habbee, um dos brasileiros na região, em entrevista ao G1. Habbee utiliza um chip brasileiro para conseguir se comunicar na região, e acredita que, se não conseguirem cruzar a fronteira nesta quarta-feira (1º/11), a perspectiva seja de que continuem na região.
Ele lembra que a fronteira já está aberta para algumas nacionalidades, mas não para os brasileiros. “Se não viajarmos hoje, infelizmente vamos ficar aqui. Terror. A fronteira está aberta e não temos notificação nenhuma para viajar hoje. Tem uma lista já publicada, mas não há brasileiros, é um terror”, afirmou Habbee.
