O piloto Lewis Hamilton, heptacampeão da Fórmula 1, é um grande ativista dos direitos humanos e usa sua popularidade para defender as minorias, tanto dentro quanto fora das pistas. Durante sua participação no podcast On Purpose, que foi ao ar nessa segunda-feira (23/1), o britânico falou sobre sua infância e trajetória como pessoa e atleta.
Dentre as histórias e assuntos compartilhados, Hamilton relatou os ataques preconceituosos que sofreu durante seu período escolar. De acordo com ele, foi a etapa “mais traumatizante” de sua vida.
“Foi a parte mais difícil da minha vida. Eu já estava sofrendo bullying aos seis anos. Naquela escola em particular, eu era uma de três crianças racializadas. Crianças maiores e mais fortes ficavam me atacando. E os golpes, as coisas que jogavam em você, como bananas, ou pessoas usando a palavra com N de forma tão relaxada. Pessoas te chamando de mestiço, sem saber onde se encaixava”, contou Lewis.
O piloto de 38 anos ainda explica que não se sentia confortável em contar para os pais o que acontecia na escola. “Não queria que meu pai pensasse que eu não era forte”, disse ele.
Tendo que lidar com uma luta diária contra as agressões, Lewis relatou que a pequena quantidade de colegas negros na escola em que frequentou dos 11 aos 16 anos também não ajudava.
“Tinham seis ou sete crianças negras em um total de 1200. Três de nós eram colocados do lado de fora do escritório do diretor o tempo todo. Ele estava na nossa cola, principalmente na minha. Sentia que o sistema estava contra mim”, detalhou o heptacampeão.
Com o passar dos anos, Lewis Hamilton buscou alternativas que estavam ao seu alcance para combater o assédio sofrido. Na adolescência, ele fez aulas de karatê. Depois disso, já em 2021, lançou o projeto Mission 44, uma instituição que tem o objetivo de apoiar e empoderar jovens desassistidos. Além disso, a Mercedes, equipe do britânico, desenvolve com ele o projeto Ignite, atuando na área educacional e de trabalho.
