Nobreza, Inglaterra no fim do século 19, romance e uma (generosa) pitada de cultura pop. A receita é bem parecida com um já consolidado produto da era dos streamings – se você pensou em Bridgerton, acertou. Porém, Os Bucaneiros, que estreia na AppleTV+, nesta quarta-feira (8/11), tenta criar seu próprio espaço nesse nicho de dramas geração Z de época.
Além de Bridgerton, a HBO Max trouxe, em 2022, A Idade Dourada. Apesar de cada uma ter sua própria pegada, as três produções orbitam em torno da mesma temática. Mas, garantem as criadoras, Os Bucaneiros, não são uma tentativa de “surfar no sucesso” das concorrentes, é uma produção com características que a diferenciam mais do que aproxima.
“Desenvolvemos os bucaneiros antes de Bridgertons eu me apixonei pelo livro quando era estudante. Eu acredito que muitas pessoas gostam de comparação, mas, a gente procurou fazer algo bem diferente”, garante Susanna White, diretora e produtora-executiva da série, ao Metrópoles.
O diferencial de Os Bucaneiros está na abordagem do choque cultural entre ingleses e americanos, principalmente entre aqueles que são mais abastados. Após uma das integrantes do grupo de cinco amigas se casar com um nobre britânico, o grupo de Nova York vai ao Reino Unido. E, da fricção entre esses dois mundos, vive o roteiro da produção.
“O embate cultural entre ingleses e norte-americanos é uma parte muito importante, o que, acredito, não é uma coisa muito utilizada nas séries de época”, ressalta a roteirista e produtora, Katherine Jakeways.
Enquanto o grupo americano é mais “aberto”, os britânicos tendem a seguir de forma mais rígidas os costumes da nobreza. “São algumas das mulheres mais ricas dos EUA, cheias de alegria e energia. Mas, ao chegarem na Inglaterra, precisam precisam lidar com um mundo mais sério, com muitas tradições”, avalia Susanna.
A esse contraste se somam outros elementos, como um inesperado romance entre a americana Nan St. George (Kristine Frøseth) e o duque Theo (Guy Remmers), uma trilha-sonora com música pop e romance juvenil.
Os Bucaneiros é uma adaptação do livro de Edith Wharton, que não foi terminado devido à morte da autora. Apesar de ter sido feito no século 19, a história, acredita a produtora-executiva Beth Willis, é capaz de se comunicar com as novas gerações.
“É muito moderno, que é o que a autora queria. É sobre a amizade entre mulheres, um grupo que cuida muito uma das outras, que torna muito verdadeiro e contemporâneo”, conclui Willis.
